Resenha - Vantagens que encontrei na morte do meu pai

segunda-feira, julho 18, 2022

 


Vantagens que encontrei na morte do meu pai, da autora brasileira Paula Febbe, foi publicado pela Darkside e conta uma história chocante.

Título: Vantagens que encontrei na morte do meu pai

Autora: Paula Febbe

Ano: 2021

Nº de páginas: 224

Editora: Darkside books

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Fatos, desejos e delírios... é impossível, por vezes, distingui-los nas histórias que criamos sobre nós mesmos. O quanto dessa história — vivida, desejada, inventada — que contamos é confiável? As Vantagens que Encontrei na Morte do meu Pai, novo romance de Paula Febbe, escancara diante do leitor a mente de uma mulher após o choque da perda do pai. Alimentada por uma dor profunda, Débora, a narradora do romance, acaba por nutrir e perpetuar os abusos cotidianos sofridos. Desamparo paterno, traumas e hiatos. Cortes e máculas que os homens imprimem quando invisibilizam a existência feminina. Se um pai já se foi, como essa cicatriz pode estar tão presente? Será mesmo o fim da história? Onde mora esse luto que não aconteceu como deveria ter sido? Onde reside o alívio que nunca a abraçou? Débora trabalha como enfermeira, mas os pacientes que passam pelos seus cuidados estão destinados a permanecer bem longe da cura desejada. Como curar o outro quando o maior desejo não é a cura? “A verdade é que certas doenças trazem a paciência que algumas pessoas sempre deveriam ter tido”, pensa Débora cada vez que a porta se abre trazendo um novo rosto. A mentira vive quando a verdade parece insuportável. Os abusos provocam distorções e cuidar também pode significar matar. Mata-se a dor, o abuso, e o desejo, mata-se a vida ainda não concebida e a possibilidade de vermos tudo por um outro ângulo. Mata-se a saudade de um pai que nunca esteve lá, a saudade de um pai que nunca existiu. Na narrativa de As Vantagens que Encontrei na Morte do meu Pai surge nosso espelho, nossa face mais perversa. Com uma voz única, repleta de verdade e experiente — ela também é roteirista premiada e colaborou com diretores como Fernando Sanches e Heitor Dhalia —, Paula Febbe, produz uma literatura cruel e ao mesmo tempo necessária, pois todos somos as marcas, os delírios e os desejos mais perversos de nossos pais.


Débora, a protagonista narradora da história, é uma enfermeira que fala sobre os últimos dias de vida do seu pai. Em meio à narrativa, ela volta nas lembranças do passado e como o pai era uma figura asqueirosa para ela, que preferia suas amantes a ficar com ela e a mãe dela. Basicamente, vemos como a personagem odiava o pai. Em meio a narração dela, surgem as narrações de pacientes com problemas diversos chegando ao hospital. Quando Débora encontra esses pacientes, é ela quem narra.

Essa história é bastante interessante pelo caminho que ela toma depois de determinada altura. Achei a protagonista muito bem construída e imprevisível. Além de ter uma mente assustadora, no começo nós sentimos muito por ela ter a sensação de abondono parental. Gente, sério, esse livro foi um dos mais loucos de 2022, posso garantir!

Recomendo muito a leitura para quem busca algo chocante e um tanto quanto perturbador! 

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