Resenha - O Herói do Nosso Tempo

segunda-feira, dezembro 19, 2022

 


Um clássico russo, O herói do nosso tempo, conta a história de Pietchórin, um personagem um tanto quanto "estranho" que traz análise psicológica para a obra, quebrando os padrões dos romances russos da época de 1840.

Título: O Herói do Nosso Tempo (A hero of our time)

Autor: Mikhail Liérmontov

Ano: 1999 (romance de 1840)

Nº de páginas: 224

Editora: Penguin Classics (lido em inglês)

Avaliação: ★★★★

Sinopse: O Herói de Nosso Tempo foi publicado pela primeira vez em 1840. É composto de cinco histórias: Bela, Maksim Maksimitch, Taman, A princesa Mary e O Fatalista. Esses contos, cujo personagem principal, Pietchórin, ás vezes também é narrador, são considerados, com justiça, como alguns dos mais belos exemplares da prosa clássica russa. O Herói de Nosso Tempo não é um romance, é uma biografia de tendência psicológica em que cada história mostra um traço característico da personalidade complexa e romântica de Pietchórin. Os tormentos e as paixões deste refletem, em parte, o estado de alma do próprio Liérmontov. Comparado, freqüentemente, aos textos em prosa mais belos de Púchkin, O Herói de Nosso Tempo situa-se entre as obras mais famosas e as mais representativas do "grande século" literário russo.


Pietchórin foi um personagem importante que marcou Maksim Maksimitch enquanto ele serviu no exército. Por ser extremamente "esquisito" e inconveniente (por exemplo, em seu primeiro dia no exército, ele foi com roupa de gala). Por ser completamente desprendido dos costumes da época, Pietchórin tem visões desapegadas do amor e, apesar de várias mulheres lindas e desejadas gostarem dele, ele acaba se apaixonando por uma mulher casada. 

Cavalos, riquezas e mulheres aparecem na história, mas o que mais pega são as análises psicológicas. Liermontov fez algo muito perigoso para a sua época, pois aparentemente escreveu uma biografia retratanto seu estado de espírito. O personagem principal acaba se mostrando como um anti-herói, pois ele não quer nada do que a sociedade da época (1840) queria. 

No cenário histórico, o problema é que muitos poetas e escritores russos eram mortos ainda jovens, justamente por escreverem coisas que iam contra a moral e os costumes daquele momento. Com Liermontov não foi diferente. Ele morreu aos 49 anos em um duelo. Gostei da obra, mas acredito que a recomendação não é para todo mundo. Por ser um clássico, pode fugir à compreensão de leitores desatentos. 

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