Resenha - O Primo Basílio
sexta-feira, abril 28, 2017
Resenha
O Primo Basílio, escrito por Eça de Queiroz e publicado, pela primeira vez, em 1878, foi o primeiro romance do autor português que fez muito sucesso. É uma obra pertencente ao naturalismo e à segunda fase do realismo.
Em O Primo Basílio temos a abordagem da questão do adultério. Luísa é casa com Jorge, ambos da classe da burguesia, possuem duas criadas e vivem muito bem. Quando Jorge viaja a trabalho, entretanto, Luísa se vê sem nada o que fazer o dia todo. Acorda cedo, toma o seu café da manhã, se veste e passa a maior parte do dia lendo romances, como A Dama das Camélias (confira minha resenha da obra, clicando aqui). Certo dia, a campainha toca e somos apresentados a Basílio, o primo de Luísa, e mais: seu primeiro amor.
Com Jorge fora, Luísa sentindo-se sozinha e com Basílio, um homem extremamente encantador por perto, a personagem não resiste e acaba por trair o marido. A questão que sequer é aprofundada no livro, é que em certo momento Luísa lê cartas de Jorge mandadas a um amigo dele, que dizem que ele conheceu e se envolveu com mulheres, ou seja, ele também a trai, mas isso não é explorado no livro, pois as traições dos homens naquela época passavam impunes e a das mulheres eram vistas como escândalos terríveis! Onde já se viu? Uma mulher trair o seu marido! O homem também a traiu? Não, não foi traição, ele estava viajando e tinha necessidades, coitado...
Uma personagem bastante marcante no livro, é a Juliana. Criada da casa, negra, feia e cheia de ódio no coração, ela consegue ter acesso às cartas de amor de Basílio e Luísa e as usa como forma de chantagem para com a patroa. Diz que, se a patroa não lhe der seiscentos mil réis, ela contará tudo ao seu Jorge. Ela acaba por ser uma personagem secundária extremamente influente na história, uma vez que torna-se a inimiga e o medo de Luísa.
Avaliei o livro como bom, porque não é o tipo de livro que me agrada. Nenhum dos personagens me chamou atenção, não me afeiçoei a nenhum deles e isso me deixou bem desapontada. As descrições condizentes com as características do realismo e do naturalismo tornam a leitura extremamente massante, tal aspecto também aparece em outra obra que já resenhei aqui, o Madame Bovary (clique aqui para ler), mas a diferença é que Madame Bovary tinha uma técnica descritiva que me agradou mais. Reconheço perfeitamente que a trama de O Primo Basílio é genial! É um romance muito bem planejado, com um enredo incrível, mas não me chamou a atenção e eu não via a hora de acabar de ler para poder "seguir em frente" com outras leituras. Como criei expectativas grandes em cima do livro, a decepção acabou repercutindo na minha avaliação também, mas, de repente, em uma segunda leitura, eu posso acabar gostando, não é mesmo?
Já leu O Primo Basílio? Se sim, o que achou? Gosta desse clássico? Comenta aí!
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