Resenha - Esperando Godot

quarta-feira, dezembro 12, 2018


Esperando Godot é uma peça de 1953, escrita por Samuel Beckett e que pertence ao teatro do absurdo. 

Título: Esperando Godot
Autor: Samuel Beckett
Ano: 1953
Nº de páginas: 192
Editora: Lido em PDF
Avaliação: ★★★★
Sinopse:Obra-prima do dramaturgo, romancista e poeta irlandês Samuel Beckett (1906-1989), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1969, o clássico ganha reedição com tradução do professor de teoria literária da Universidade de São Paulo Fábio de Souza Andrade. Escrita em francês, a peça estreou em 1953 e se tornou um divisor de águas no teatro do século xx. Na história, dois vagabundos aguardam infinitamente, num descampado, a vinda do senhor Godot, que nunca aparece.


De enredo extremamente simples, dividido em dois atos, a peça inspirada pelo pós-guerra, expressa sobre a existência humana e inova a forma e a função teatral que existia até aquela época. 

A peça se passa em um espaço formado por uma estrada e uma árvore, apresenta um tempo mal definido, no qual os personagens parecem não ter memória (vivem esquecendo o que estão fazendo). Vladimir e Stragon sãos os dois personagens principais e ambos estão esperando por Godot. Os diálogos entre eles são extremamente absurdos e lentos, principalmente porque há silêncio em muitos momentos. Esses diálogos, algumas vezes, acabam sendo bastante cômicos, por isso Esperando Godot é considerada uma comitragédia

A definição do teatro do absurdo é o inferno da não-ação. Em Esperando Godot, não há uma ação, apenas personagens esperando por alguém que eles não sabem quem é e quando vem. É como se os personagens estivessem em uma espécie de purgatório, sendo torturados pela espera e pela incerteza eterna. 

Há ainda outros personagens, como o Pozzo, o Lucky e o menino. Lucky é o escravo de Pozzo, e com esse nome irônico, esse é o personagem que comete suicídio na peça. O menino, por sua vez, aparece no final do primeiro ato para dizer que (God)ot vai vir. 

O mote dessa peça é o avesso da captação da realização humana, ou seja, é o fracasso humano (o contrário), já que Godot nunca vem e nunca vai vir. Beckett nos mostra que existir não faz sentido, traz o fracasso da existência humana, apresenta frustrações cotidianas e de linguagem, faz análises minuciosas de acontecimentos cotidianos e nos faz refletir sobre as nossas vidas.

Se (God)ot representasse Deus, várias relações fariam sentido, como o fato de que o ser humano espera por aquele que não conhece, nunca viu, não sabe como é de aparência, não sabe por que espera, quanto tempo deve esperar e se ele realmente vem. O mesmo poderia se encaixar com os nossos sonhos e expectativas.

Apesar da simplicidade, o teatro do absurdo ilustra a vida humana de um modo certeiro e, ao meu ver, doloroso também. Vale muito a pena ler Esperando Godot, pois é um livro extremamente curto e com a quantidade de angústia necessária para te fazer enxergar a realidade frustrante da nossa existência.

E você, já leu Esperando Godot? Já tinha ouvido falar? Conhecia o teatro do absurdo? Comenta aí!

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