Resenha - Primavera Num Espelho Partido

quinta-feira, novembro 19, 2020

 

Primavera Num Espelho Partido é uma obra do escritor uruguaio, Mario Benedetti, e foi publicado no Brasil pela editora TAG, em 2019. Esse foi o primeiro livro que li que retrata cenários de ditatura e exilamento.

Título: Primavera Num Espelho Partido

Autor: Mario Benedetti

Ano: 2019

Nº de páginas: 240

Editora: TAG Experiências Literárias

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Primavera num espelho partido é um livro arrebatador, que conta a trajetória de uma família separada pela prisão e pelo desterro, as que sobrevive graças à esperança. O romance intercala múltiplas vozes narrativas, incluindo a do próprio Benedetti, que vivenciou a violência da ditadura e passou parte de sua vida exilado. Ao entrelaçá-la, o autor compõe um mosaico de impressões e sentimentos, num livro marcante sobre a resistência do amor em tempos sombrios.


Primeiramente, é importante entender a relação do autor com os conflitos tratados na obra. Peguei o trecho abaixo do livrinho informativo que veio com a obra:

O Uruguaio Mario Benedetti é considerado um dos escritores mais importantes da literatura latino-americana. Entre livros de poesia, romances, ensaios, contos e até letras de música, publicou mais de 90 obras nas quais privilegiou, sobretudo, a condição do sujeito social na América do Sul - ou, mas especificamente, do cidadão uruguaio - sem nunca abdicar da militância política. Por conta disso, abandonou o Uruguai por cerca de uma década, durante a ditadura instaurada no país. Seu idealismo, engajamento e paixão pelas questões de sua terra lhe renderam o apelido de "escritor do compromisso".

Mario também foi exilado e podemos entender melhor esses acontecimentos na própria obra, já que o livro é narrado por diferentes personagens e de um modo bastante inovador. O autor aparece como um personagem que, apesar de não se conectar com a história dos outros, conecta-se com o aspecto do conflito social ocorrendo no pano de fundo.

O romance se dá com Santiago, sua mulher Graciela, sua filha Beatriz e seu melhor amigo Rolando. Santiago está exilado e preso para se esconder. Quando Beatriz é a narradora do capítulo, a história adquire um tom mais leve e descontraído, pois ela é uma criança inocente que não entende porque não pode viver em sua pátria de origem. As duas foram para outro país, mas Santiago realmente precisou se esconder. Com ele longe, Graciela acaba se apaixonando por Rolando e se dá um triângulo amoroso em meio à ditaruda.


A história é, em geral, bastante simples, e os personagens também. Ainda assim, é possível nos aproximarmos deles por meio das narrativas (uso de pontuação diferenciado e proposital), que acabam apresentando pensamentos e diálogos misturados no texto. Recomendo muito a obra para quem nunca leu algo relacionado às ditaduras da América do Sul, que explodiram no século XX. Além disso, mesmo que seja uma obra sobre conflitos sociais, ela apresenta tons mais leves e romântico, nos fazendo criar uma proximidade e empatia pelas personagems e famílias que vivem nesse cenário.


E você, já leu algo de um autor uruguaio? Gostaria de ler? Já leu obras sobre ditaduras? Comenta aí!

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