Resenha - The Tragedy of Mariam

sábado, novembro 25, 2017


The Tragedy of Mariam (A Tragédia de Mariam) foi escrito em 1602 e publicado em 1613. Quem o escreveu? Uma mulher chamada Elizabeth Cary, conhecida por ser a primeira mulher a escrever uma peça original. Escrito no mesmo formato das tragédias shakespearianas, essa obra fala de ciúme, arrependimento e posições dos homens e das mulheres da época.


Como um clássico pouco conhecido, The Tragedy of Mariam - The Fair Queen of Jewry trouxe mensagens que perduram até hoje. Antes de saber mais sobre o enredo dessa obra que não conta com uma tradução para o português, vamos conhecer mais sobre a autora:

1585-1639 (54 anos);
Escritora, tradutora e dramaturga;
Em 1602, aos 17 anos, casou-se com Henry Cary;
Entre 1608 e 1624, deu à luz a onze filhos, seis filhas e cinco filhos dos quais Patrick, o mais novo, tornou-se um poeta.
Autodidata, Elizabeth tornou-se proficiente em vários idiomas.
De acordo com seu biógrafo, Elizabeth era uma leitora voraz.
Tendo aprendido a ler, escrever e falar várias línguas, Elizabeth traduziu obras de outros escritores, além de compor textos originais.
Ela é mais conhecida hoje como a autora de "The Tragedy of Mariam, The Fair Queen of Jewry" (1613), a primeira peça original conhecida por ter sido escrita por uma mulher.
Provavelmente escrito antes de 1608.
Sua primeira (e possivelmente sua segunda) peça The Tragedy of Mariam, a Fair Queen of Jewry (1613) foi escrita em parâmetro iambico com o uso de dísticos ao longo da peça, bem como o uso da ironia.
A tragédia de Mariam foi progressiva para o seu tempo, pois foi a primeira peça inglesa a ser escrita por uma mulher.
Seu comentário social discutiu o divórcio e a female agency, o que foi inovador na época.
Grande parte do trabalho original da Falkland foi perdida, incluindo a maior parte de sua poesia.

Herod, O Grande, já havia se casado antes de casar com Mariam. Além da beleza dela, ele desejava estar ao lado de alguém que tivesse sangue de judeu, para que ele tivesse seu poder como rei garantido. Ele vai para a guerra de Roma e é dado como morto. Com sua morte, todos sentem-se livres e começam a fazer algo que sempre desejaram, mas por conta da crueldade de seu rei, não o faziam. 

Quando Herod volta, ele se dá conta da bagunça e começa a resolver os problemas. Sua irmã Salomé, está tentando se divorciar e coloca na cabeça de Herod que Mariam está traindo ele com Sohemus, o conselheiro. Ela faz isso porque se Mariam morrer, ela pode se tornar a rainha com seu novo marido.

Sohemus é o conselheiro de Herod e, antes de seu mestre ir para a guerra, ele lhe deixa um pedido: Sohemus deve matar Mariam, caso Herod seja morto. O conselheiro não faz isso e ainda por cima, conta tudo à Mariam.

Herod sente-se traído duas vezes e mata Sohemus. Após muita cogitação, manda matar Mariam decapitada por tê-lo traído com Sohemus. Quando chega a notícia de que ela foi morta, ele fica extremamente arrependido e sofre a morte de sua esposa amada.

Mariam não amava Herod, pois ele matou sua mãe e seu irmão. Sua voz só é realmente ouvida, após a sua morte. O coro (que representa a voz do povo) é composto por judeus, que dizem o tempo todo que Mariam não deveria fazer aquilo, pois não era apropriado para um mulher. Ou que Mariam deveria perdoar Herod, pois é isso que uma boa esposa faria. 

Além do machismo e do divórcio, outro tema atual é a posição do homem, da mulher e das raças na sociedade. Na obra, o homem está sempre acima e é ele quem deve mandar, enquanto a mulher deve perdoar o marido por seus erros e seu submissa. Mariam, como uma judia branca, briga muito com Salomé, que é uma mulher negra. Há também uma cena em que Herod diz que Salomé nunca será tão boa quanto Mariam, por conta de sua cor negra. Ele descreve Mariam como uma mulher de alvura angelical, ou seja, ele quer dizer que aquilo que não é branco, não pode ser angelical, não pode ter uma conexão com o que é santo. 

Essa "luta de raças" está muito interligada com a influência religiosa representada na obra. Salomé é a personagem feminina mais forte da tragédia, pois ela sempre está apta a se defender com unhas e dentes, ela quer ser ouvida e se faz ser ouvida, algo que quebra a posição submissa da mulher.

É uma pena que The Tragedy of Mariam seja uma obra tão pouco conhecida, pois é um clássico tão bom quanto Shakespeare, e trata de temas atuais muito importantes. Isso sem contar o principal: foi a primeira tragédia escrita por uma mulher. Talvez por conta disso a obra não seja conhecida, mas vamos torcer para que isso mude nos estudos de literatura inglesa no futuro! 

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