Resenha - As Crônicas de Nárnia

quinta-feira, junho 29, 2017


As Crônicas de Nárnia é uma série de sete livros, escrita por C. S. Lewis e publicada entre 1950 e 1956. Eu tinha uma grande curiosidade de ler a obra, principalmente após descobrir que o autor era grande amigo de J. R. R. Tolkien, o escritor que eu mais admiro. Agora que concluí a leitura, trouxe para vocês o resumo de cada um dos livros (sem spoilers) e minha opinião geral do livro.

Título: As Crônicas de Nárnia
Autor: Clive Staples Lewis
Nº de páginas: 752
Editora: Martins Fontes
Ano: 2009
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Cada um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações. Esta edição apresenta todas as sete crônicas integralmente, num único volume. Os livros são apresentados de acordo com a ordem de preferência de Lewis, cada capítulo com uma ilustração do artista original, Pauline Baynes. Enganosamente simples e direta, 'As crônicas de Nárnia' continuam cativando os leitores com aventuras, personagens e fatos que falam a pessoas de todas as idades.

O Sobrinho do Mago
O primeiro livro d'As Crônicas conta a história de duas crianças, Digory e sua amiga e vizinha Polly. Digory vive com os seus tios e sua mãe está muito doente. Certo dia, enquanto estava explorando a vizinhança com sua amiga Polly, os dois acabam descobrindo uma entrada para o quarto do tio de Digory, que sempre proibira qualquer um de entrar lá. Ao invadir escondidos, as crianças descobrem inúmeros experimentos mágicos e uma invenção recente do tio: anéis que levavam para um mundo mágico, porém, o mesmo nunca havia testado as jóias por falta de coragem. Então, ele propõe que as crianças façam o primeiro teste, servindo de verdadeiras cobaias. As crianças conseguem ir para uma espécie de bosque, e de lá elas podem ir para outros mundos. Os dois se envolvem em muitas aventuras e nós podemos acompanhar, nessa primeira crônica, a criação de Nárnia pelas "patas" de Aslam, o leão. 


O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
O segundo livro é a crônica mais conhecida (devido ao título da primeira adaptação cinematográfica). Conta a história de quatro irmãos (Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia) que vão morar com o tio no campo. Certo dia, enquanto brincavam, Lúcia descobriu uma sala vazia com um único guarda-roupa. Ela decidiu se esconder lá dentro e acabou entrando tão fundo que acabou saindo em outro mundo: Nárnia. Nesse país frio, ela conhece e se torna amiga do fauno Tumnus, que nutre o desejo secreto de denunciá-la à rainha, a Rainha Branca, que estava caçando "filhos de Adão e Eva", ou seja, humanos que aparecessem em Nárnia vindos de outro mundo. Entretanto, Tumnus não consegue fazer isso e explica toda a situação à Lúcia e que agora ele está correndo perigo. Lúcia volta para o seu mundo e quando conta aos seus irmãos mais velhos, nenhum deles acredita nela. Depois de muito ódio (principalmente com o Edmundo), todos vão para Nárnia para ajudar a salvar o Sr. Tumnus, que foi capturado pela rainha por conta de Lúcia. Temos muitas aventuras para acompanhar nessa crônica, que eu acredito ser uma das mais fundamentais.

O Cavalo e seu Menino
O terceiro livro d'A Crônica conta a história de Shasta, um menino que foi encontrado por um pescador em uma cesta levada pelo rio, quando ele era apenas um bebê. O pescador acaba escravizando Shasta, até que certo dia, um homem da Calormânia (um país vizinho de Nárnia) chega até a casa deles e pergunta por quanto o homem venderia Shasta. O menino acaba descobrindo, por meio do cavalo falante desse forasteiro, que ele também quer escravizá-lo. Então Shasta rouba o cavalo e foge. Nessa fuga para Nárnia, o garoto conhece outra menina que também estava fugindo para Nárnia, e os dois passam a viajar juntos. Acompanhamos, então, as aventuras dos dois nessa tentativa de chegar à Nárnia em seus cavalos falantes.

Príncipe Caspian
O quarto livro d'A Crônica, conta a história de Caspian, um garoto que vive no castelo de Nárnia com o seu tio, que é rei. Entretanto, esse rei é apenas o irmão do antigo rei, que era pai de Caspian. Como o tio não quer que o seu filho se torne o próximo rei, ele faz o plano de assassinar Caspian, o sucessor verdadeiro do trono. Caspian é alertado disso pelo seu tutor e foge. Nessa época, todas as criaturas mágicas haviam desaparecido de Nárnia e Caspian acaba reencontrando-as. As criaturas, então, invocam os quatro reis antigos de Nárnia (Susana, Pedro, Edmundo e Lúcia) para ajudá-los a retirar os que roubaram o poder e colocar Caspian no trono. No mundo das crianças, havia passado somente um ano desde que eles haviam voltado, mas em Nárnia passaram-se mais de mil anos, e é nessa crônica que descobrimos como é o passar do tempo do mundo real e do mundo mágico de Nárnia.


A Viagem do Peregrino da Alvorada
O quinto livro é o que mais possui aventuras diferentes. Lúcia e Edmundo vão passar as férias na casa dos tios, contra a vontade, pois lá eles teriam que conviver com um primo muito chato chamado Eustáquio. Certo dia, durante uma discussão e, através de um quadro mágico, os três acabam indo para Nárnia, mais especificamente, param dentro do navio do rei Caspian, que estava navegando para encontrar sete amigos do pai dele. O navio, obviamente, se chama Peregrino da Alvorada. Eustáquio cumpre o papel de chato reclamando a viagem inteira, inclusive faz um diário para criticar tudo e todos. Enfim, essa crônica irá narrar a viagem e as aventuras de todos eles, bem como a aceitação de Eustáquio em relação à Nárnia.

A Cadeira de Prata
O sexto livro vem com uma nova personagem. Susana, Pedro, Edmundo e Lúcia já são grandes demais para voltar para Nárnia, por isso, nessa aventura temos o Eustáquio, que apareceu na crônica anterior, e Jill, uma colega de escola dele. Os dois acabam indo para Nárnia, mais Eustáquio é soprado para longe de Jill, que encontra Aslam e, antes de ser soprada também, recebe a explicação de que o rei está desaparecido e diz exatamente o que deve ser feito. Se ela e Eustáquio não seguirem a ordem do que deve ser feito, tudo pode dar errado. Jill encontra Eustáquio em Nárnia e então a aventura começa: a busca pelo príncipe Rilian, filho de Caspian, que está desaparecido desde que sua mãe morreu picada por uma serpente. Nessa aventura, os dois terão ajuda de um personagem pelo qual eu me apaixonei, o Brejeiro. Ele é um paulama (homem e sapo) e ele é o personagem mais genial de todos os livros, porque ele é extremamente negativo e, até mesmo quando ele quer ser positivo, ele é positivo em relação ao seu negativismo. 

A Última Batalha
O último livro conta a história de como um macaco conseguiu deixar Nárnia inteira na palma de sua mão. Certo dia, o macaco Manhoso e seu amigo, o jumento Confuso, estavam caminhando na floresta, até que encontraram algo no rio: o cadáver de um leão. Manhoso teve a brilhante ideia de tirar a pele do leão e vesti-la em Confuso, para fingir que ele era Aslam. Com isso, ele passou a engagar todas as criaturas, dizendo que Aslam ordenava-lhes coisas e, quando algum deles pedia para ver Aslam, ele mostrava o pobre jumento vestido de leão. O tempo foi passando e mentira foi ficado cada vez maior. O macaco chamou os calormanos (homens da Calormânia) para servirem a ele, dizendo que era ordem de Aslam. Como os calormanos acreditavam em outro deus chamado Tash, o macaco disse que ambos eram o mesmo ser, por isso, a partir daquele momento, eles passariam a chamar a divindade de Tashlam (Tash + Aslam).

Quando o rei de Nárnia, Tirian, descobre que algo está errado em seu país, ele decide ir pessoalmente pedir para ver Aslam, mas acaba amarrado em uma árvore à pedido do macaco, ou melhor, de "Tashlam". Tirian então, ainda sem acreditar que quem estava fazendo aquilo era o verdadeiro Aslam, ele implora que o leão mande a ajuda que os reis antigos tiveram, a ajuda de crianças de outro mundo, de filhos de Adão e filhas de Eva. Sendo assim, Eustáquio e Jill acabam voltando à Nárnia. A aventura nessa última crônica é tentar provar ao povo que o macaco os está enganando. Além disso, ainda acompanhamos o fim de Nárnia e o renascimento de uma Nárnia verdadeira.

Considerações
As Crônicas de Nárnia é uma obra que vai lhe proporcionar sentimentos do início ao fim e, quando você terminar, ainda vai ficar pensando no quão impactante é a leitura. É o tipo de livro que, por mais simples que pareça, tanto no enredo quanto na linguagem, faz você pensar na profundidade dele, no que aquela história que era para ser para crianças carrega realmente. Eu considero (depois de O Hobbit) uma obra prima da fantasia, com toda a certeza.

Além da criação de um mundo incrível, C. S. Lewis trouxe magia para a história em todos os aspectos: Animais e árvores falantes, seres mágicos dos mais diversos tipos e ainda temos a mitologia. Por mais que mitologia de Nárnia tenha uma base evidente no cristianismo, é uma mitologia única.

A narrativa e a linguagem são extremamente cativantes. Por mais que sejam sete livros e que a edição do volume único seja enorme e com letras pequenas, a leitura flui de um jeito inacreditável. Fiquei tão imersa na leitura, que mal via as páginas e os capítulos (que costumam ser curtos) passarem. A linguagem é simples e de fácil compreensão, o que me faz pensar que essa é uma ótima história para ler com crianças.

A história é completa. Acompanhamos a criação de Nárnia e o fim dela, é uma história que tem, literalmente, um início, meio e fim. Para concluir, posso dizer que esse se tornou um dos livros favoritos da vida, porque além de ser meu gênero literário preferido, ainda me proporcionou tantas sensações durante a imersão e tantos pensamentos e questionamentos fora da leitura, que realmente não há como eu não ter desenvolvido um carinho por todas essas aventuras e todos esses personagens. Recomendo muito a leitura, pois é uma obra que vai te marcar. É uma obra que vale a pena ser lida e vivida.

E você, já leu Nárnia? Tem curiosidade pela leitura? Gosta dos filmes? Comenta aí!

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