Vou abraçar o tempo

O tempo é tão rápido,

Não há corrida que eu faça,

Que seja capaz de alcançá-lo.

Cada minuto se torna memória,

O ontem acabou.

O hoje acaba.

O amanhã acabará.

Tempo, como faço para te segurar?

Vivo em um paradoxo do passado do futuro,

Sabendo que tudo não vai passar de memórias,

Que para mim hoje são tão turvas,

Como se o que passou fosse nada,

Como se o que vai acontecer virá a se tornar nada.

Talvez a vida seja nada,

Mas o hoje ainda dá para sentir.

Vou abraçar o tempo presente bem forte,

Junto ao peito,

Sentir seu cheiro,

Seu calor,

Sua essência,

Vou aproveitá-lo por inteiro,

Porque a vida é nada e tudo é vai e vem,

O tempo não é diferente,

Ele não nos pertence,

Ele é rápido e logo se vai.