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Resenha - Lolita

segunda-feira, junho 28, 2021

 



Lolita é um romance inglês, de Vladimir Nabokov, que foi publicado pela primeira vez em 1955. Com temáticas extremamente pesadas e protagonista não confiável, Nabokov conduz uma narrativa que confunde o leitor entre romance e pedofilia.

Título: Lolita
Autor: Vladimir Nabokov
Ano: 1980 (Penguin Classics, lido no Kindle)
Nº de páginas: 315
Editora: Penguin Classics
Avaliação: ★★★★
Sinopse: Shot through with his mercurial wit, quicksilver prose and heady, intoxicating sensuality, Nabokov's novel of a middle-aged Englishman's passion for a honey-hued, delicatedly pubescent twelve-year-old American girl, has become one of the world's great love stories. It is published here for the first time in Penguin.

Humbert Humbert (H. H.) é um protagonista bastante peculiar, porque ele se apaixonada por garotas adolescentes. Desde uma desilusão amorosa com seu primeiro amor, ele começou a se sentir atraído por meninas muito mais jovens. Pagava para meninas de 14 a 16 anos para fazerem sexo com ele. Depois de um casamento fracassado, ele vai para os Estados Unidos e se interna em um sanatório para tentar curar sua pedofilia.

"When I try to analyze my own cravings, motives, actions and so forth, I surrender to a sort of retrospective imagination which feeds the analytic faculty with boundless alternatives and which causes each visualized route to fork and re-fork without end in the maddeningly complex prospect of my past."

Quando ele sai, vai passar um tempo na casa de um amigo do passado que morreu, deixando mulher e filha. Quanto H. H. vê a menina pela primeira vez, se apaixona imediatamente. Ela tinha apenas doze anos e se chamava "Dolores". Humbert começa a escrever um diário, colocando o nome dela como "Lolita". 

"and that little girl with her seaside limbs and ardent tongue haunted me ever since — until at last, twenty-four years later, I broke her spel by incarnating her in another."

Aos poucos ele tenta se aproximar dela, para tocá-la sem que pareça estranho para ela e para os outros. Os registros do diário e os pensamentos narrados pelo personagem são doentios, embora a narrativa dê a "impressão" de que não tem nada de errado com isso. Separei alguns trechos que demonstram isso: 

"the term “girl-child” is defined as “a girl who is over eight but under fourteen years” (after that, from fourteen to seventeen, the statutory definition is “young person”)." > Comentário: O personagem tenta dar desculpas para o que é considerado uma menina criança e uma menina jovem.

"Let them play around me forever. Never grow up." > Comentário: O personagem confessa que não quer que as meninas cresçam, mas que elas brinquem perto dele para sempre.

"I have all the characteristics which, according to writers on the sex interests of children, start the responses stirring in a little girl: clean-cut jaw, muscular hand, deep sonorous voice, broad shoulder. Moreover, I am said to resemble some crooner or actor chap on whom Lo has a crush." > Comentário: O personagem confessa ter sido diagnosticado como pedófilo e que quer se parecer com algum famoso ou ator que Lolita tenha um crush, justamente para que ela sinta algo a mais por ele (mesmo tendo apenas 12 anos!). 

Após um tempo vivendo na casa, a mãe de Dolores se declara para Humbert e, apesar de ele não sentir nada por ela, ele se casa apenas para virar pai de Dolores e ter desculpa para tocá-la (doente demais!). Não demora muito até ele bolar um plano para se livrar de sua nova mulher, que queria colocar Dolores em um internato. 

"and I decided I would limit myself to hurting her very horribly as soon as we were alone."

Com a mãe fora do jogo, ele poderia ter Lolita só para ele. A partir daí, começam as cenas mais perturbadoras do romance, apesar de nenhuma descrição explicitamente pornográfica. 

Durante a obra, o narrador se demonstra perdidamente obcecado por Dolores, descrevendo-a como um ser perfeito, ou chamando-a de "animal de estimação" (pet).

"I would like to describe her face, her ways — and I cannot, because my own desire for her blinds me when she is near. I am not used to being with nymphets, damn it."

"The reader may well imagine what I answered my pet."

"I could not kill her, of course, as some have thought. You see, I loved her. It was love at first sight, at last sight, at ever and ever sight."

Ele também narra como se estivesse sendo réu em um juri formado pelo leitor, quebrando a quarta parede e se referindo ao leitor o tempo todo para se defender:  

"Gentlewomen of the jury! Bear with me! Allow me to take just a tiny bit of your precious time. So this was le grand moment."

Vladimir Nabokov foi amplamente criticado por essa obra e, realmente, os motivos são plausíveis. Ainda assim, não posso deixar de dizer que a leitura foi muito interessante. A mentalidade de um pedófilo era desconhecida e eu sempre fico curiosa com obras que mostram de perto pessoas com doenças psicológicas. Portanto, se você também se interessa por essas temáticas, vai gostar da leitura, ainda que perturbante.

"I loved you. I was a pentapod monster, but I loved you. I was despicable and brutal, and turpid, and everything, mais je t’aimais, je t’aimais! And there were times when I knew how you felt, and it was hell to know it, my little one. Lolita girl, brave Dolly Schiller."

Ps: Tive que ler a obra em inglês, pois foi impossível encontrar a versão mobi em português (para kindle). Se quiser se aventurar, a linguagem não é difícil!

E você, já leu ou ouviu falar de Lolita? Comenta aí!

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