Resenha - Comunicação não-violenta

quinta-feira, novembro 11, 2021

 


Comunicação não-violenta. Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais, é uma obra que contempla todo o funcionamento da teoria da comunicação não-violenta, do Dr. Rosenberg. Esse livro é tão necessário que, na minha opinião, deveria se tornar a bílbia.

Título: Comunicação não-violenta. Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais

Autor: Marshall B. Rosenberg

Ano: 2006

Nº de páginas: 285

Editora: Ágora (lido no kindle)

Avaliação: ★★★★★ (favorito)

Sinopse: Manual prático e didático que apresenta metodologia criada pelo autor, voltada para aprimorar os relacionamentos interpessoais e diminuir a violência no mundo. Aplicável em centenas de situações que exigem clareza na comunicação: em fábricas, escolas, comunidades carentes e até em graves conflitos políticos.


Comunicação não-violenta é um manual prático e didático em que Rosenberg, nos mostra como a metodologia de comunicação que ele criou pode melhorar seus relacionamentos, seja com outras pessoas ou até com você mesmo. O autor apresenta tudo de forma muito clara e traz inúmeros exemplos de situações reais em que a metodologia foi aplicada. Por meio de relatos de pessoas que utilizaram seus métodos e que estavam em palestras que ele dava, ele nos mostra como funciona além da teoria.

Existe uma fórmula base, a "CNV", que serviria para qualquer situação, podendo ser abordada de adaptada ao contexto, mas que geralmente funciona assim:

"Os quatro componentes da CNV: 1. observação; 2. sentimento; 3. necessidades; 4. pedido." “Quando acontece (a), sinto-me (b), porque preciso de (c). Portanto, agora eu gostaria de (d)”.

O autor explica que, quando você deixa claro o que você observa de tal situação, como você se sente em relação àquilo, o que você precisa naquele momento e o que você quer (pedido), é mais fácil de as pessoas tomarem o rumo da comunicação não-violenta e adotarem uma comunicação mais sensata e que pode, de fato, chegar a um resolução madura.

"não reconhecemos nossa violência porque somos ignorantes a respeito dela. Presumimos que não somos violentos porque nossa visão da violência é aquela de brigar, matar, espancar e guerrear – o tipo de coisa que os indivíduos comuns não fazem".

É explicado ao leitor, todos os conceitos de violência e, é sempre colocado em destaque, como devemos deixar de projetar nas pessoas o que estamos sentindo com base nas atitudes delas. Se alguém faz algo que me deixa com raiva, devo parar para analisar primeiramente as minhas necessidades, pois muitas vezes, quando sentimos algo sobre alguém, é algo sobre nós mesmos que estamos projetando na outra pessoa.

“física” (a violência em que se tivesse empregado força física) ou “passiva” (a violência em que o sofrimento tivesse sido mais de natureza emocional).

Desse modo, para que a CNV seja eficiente, o autor nos propõe entender que, muitas vezes, o problema que vemos e como nos afetamos com a comunicação de alguém, é um problema interno e que precisamos resolver em nós mesmos antes de colocar a culpa em alguém. O autor nos mostra como o que sentimos e nossas frustrações vêm de uma cultura enraizada de cobrança de como devemos ser e nos portar:

"Minha teoria é que ficamos deprimidos porque não estamos obtendo o que queremos, e isso acontece porque nunca nos ensinaram a obter o que queremos. Em vez disso, fomos ensinados a ser bons meninos e meninas e bons pais e mães. Se vamos ser qualquer uma dessas coisas boas, é melhor nos acostumarmos a ficar deprimidos. A depressão é a recompensa que ganhamos por sermos “bons”. Mas, se você quer sentir-se melhor, esclareça o que gostaria que as pessoas fizessem para tornar a vida mais maravilhosa para você".

Com isso em mente, é possível perceber que o modo como alguém de trata e como você trata outra pessoa, está interligado com outros fatores pessoais (dormi mal, tive uma infância traumatizante, sofri bullying, fui traído, perdi alguém amado, etc). Tudo isso desencadeia comportamentos negativos e violentos nas pessoas, dependendo da situação. Por isso, um dos pontos muito valorizados pelo autor na teoria, é o da empatia. Precisamos parar de ver as pessoas como monstros e tentar se colocar no lugar delas antes de agir de certa forma ou responder de certa maneira.

"Em vez de empatia, tendemos a ter uma forte premência de dar conselhos ou encorajamento e de explicar nossa própria posição ou sentimento. A empatia, por outro lado, requer que se concentre plenamente a atenção na mensagem da outra pessoa. Damos aos outros o tempo e espaço de que precisam para se expressarem completamente e sentirem-se compreendidos. Há um ditado budista que descreve apropriadamente essa capacidade: “Não faça nada, só fique sentado”."

“Quando me comportei da maneira da qual agora me arrependo, qual de minhas necessidades eu buscava atender?”

Para mim, esse livro foi uma grande sessão de terapia educacional. Além de aprender como tratar os outros com mais compaixão através da clareza da comunicação, também aprendi a ME tratar com mais compaixão e praticar a CNV comigo mesma, pois o autor levanta que muitas vezes praticamos comunicação violenta com nós mesmos, menosprezando quem somos e nossas capacidades de ter o que ele chama de "vida maravilhosa".

“Temos de esquecer a preocupação com o que os outros vão pensar de nós se quisermos estar em harmonia”.

"A vergonha é uma forma de ódio por si próprio, e as atitudes tomadas em reação à vergonha não são livres e cheias de alegria."

"Acho trágico que trabalhemos tão duro para comprar amor e presumamos que precisamos nos anular e fazer coisas para os outros para que gostem de nós. Na verdade, é quando fazemos as coisas puramente no espírito de melhorar a vida que vemos os outros nos apreciando."

"Se revisarmos as ações sem alegria às quais costumamos nos sujeitar e substituirmos “tenho de fazer” por “escolho fazer”, descobriremos mais prazer e integridade em nossa vida."

Recomendo muito a leiutra desse livro (PARA TODA A HUMANIDADE!). Esse livro é tão necessário para conhecer como tratar as pessoas e para autoconhecimento, que poderia se tornar uma verdadeira bíblia, afinal, a bíblia não nos ensina valores a seguir por uma vida inteira? Se a CNV fosse adotada como tal valor, a humanidade seria muito mais evoluída do que é agora... Guerras seriam evitadas, o meio ambiente seria salvo, a fome não existiria e as pessoas se tratariam com muito mais amor. Leiam esse livro!

"A gratidão funcionará como um elixir que gradualmente dissolverá a concha dura de seu ego — sua necessidade de possuir e controlar — e transformará você num ser generoso. O senso de gratidão produz uma verdadeira alquimia espiritual, torna-nos magnânimos — de almas grandes".


E você, já ouviu fala desse livro? Gostaria de ler? Comenta aí!

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