Resenha - A casa dos espíritos

segunda-feira, novembro 22, 2021

 


A casa dos Espíritos, da escritora chilena, Isabel Allende, foi publicado pela primeira vez em 1982, na Argentina, mas logo alcançou a fama global. Essa obra de realismo mágico, retrata a história de uma família cheia de altos e baixos que, em meio a acontecimentos poderes psíquicos e espíritos vagantes, lidam com os cenários históricos e as revoltas de sua época.

Título: A casa dos espíritos

Autora: Isabel Allende

Nº de páginas: 448

Ano: 2009

Editora: Lido no kindle

Avaliação: ★★★★

Sinopse: Bestseller internacional considerado pela crítica um clássico da literatura latino-americana, "A Casa dos Espíritos", romance transcendental de Isabel Allende, conta a saga da turbulenta e numerosa família Trueba, do Chile, com o seu patriarca angustiado e suas mulheres clarividentes. Trata-se de uma narrativa vertiginosa que se alimenta de si mesma e parece tender ao infinito. É no seu desfecho que se alcança o efeito trágico da obra cujo limite não é o esgotamento das narrativas, mas um golpe de Estado que metamorfoseia as narrativas em sangue nas sarjetas e as palavras em silêncio. Num panorama da história chilena que vai de 1905 a 1975, desfilam personagens como Esteban Trueba, latifundiário e senador; Clara, sua mulher clarividente e Alba, sua neta, jovem, socialista e, portanto adversária do patriarca e de seus cúmplices.


A casa dos espíritos, uma das obras mais importantes do século XX na América Latina, conta a história da família Trueba, que conta com Clara (que têm poderes de clarevidência, telecinese e vê espíritos), que é casada com Esteban, um patriarca insuportável. Os dois são pais de Blanca, Nicolas e James. Logo Blanca tem uma filha e ela se torna uma personagem muito importante também, ela se chama Alda.

A obra mistura realidade e aspectos "mágicos". Apesar de a obra nunca citar que a história se passa no Chile, as cidades têm nomes em espanhol e já dão a entender que se passa na América Latina. No começo da obra, acompanhamos o Esteban Trueba, que começa sua vida econômica com quase nada, mas que com muito esforço consegue se tornar muito rico. 

Entretanto, as personagens femininas são as mais importantes. Clara, Blanca e Alba significam a mesma coisa, mas esse aspecto não tem relação com a cor branca, mas sim como o fato de que as três possuem o dom da clarevidência. 

Apesar de machista e autoritário, as mulheres da família têm poder sobre Esteban, o que torna os acontecimentos em família muito mais divertidos e intrigantes. Dá até um gostinho de romance de costumes, uma vez que passamos a acompanhar o dia a dia da família dentro de casa e as peripécias que vão acontecendo.

Esse livro tem uma conexão muito forte com o cenário histórico do Chile, pois se passa quando o socialismo passa a ser aplicado no país. A autora é muito ligada ao socialismo e defende o sistema, uma vez que ela é sobrinha de segundo grau do Salvador Allende. Quando a ditadura começou no país e mataram o tio dela, ela e a família precisou fugir para não serem vítimas da ditadura. Isabel foi viver nos Estados Unidos e nunca mais voltou ao Chile.

Ainda assim, é interessante notar que, ao final do livro, os personagens passam a mensagem de que, apesar de tudo o que possa ter acontecido, é importante esquecer o ódio e continuar vivendo a sua vida, pois essa amargura nunca te levará a lugar algum, e que a vida é um passado, presente e futuro acontecendo simultaneamente. Não há tempo para ódio.

Eu gostei bastante da história e recomendo muito para quem gosta de livros desse estilo, e também para quem está buscando ler livros de autoras de diversas nacionalidades. Achei muito interessante o modo como a autora consegue nos trazer uma carga de realidade histórica do Chile, equilibrando-a com aspectos mágicos que também são importantes na história.

E você, já leu algo de um autor ou autora chilenos? Gostaria de ler? Comenta aí!

Você também poderá gostar de

0 comentários

"Comento, logo existo."