O bloqueio na escrita é o mesmo que no desenho. Sabe quando você quer muito desenhar, você pega o papel, o lápis, descansa a mão sobre a folha e... Simplesmente não faz ideia do que vai rabiscar? É isso.

O escritor liga o computador ou pega seu caderninho, enfim... É difícil sair algo. É como se a inspiração tivesse sido trancada à sete chaves em um baú coberto de correntes, despejado no fundo do mar e afundado em um buraco negro. Você caça, caça, caça... Mas não encontra nada. Os dedos não produzem, a mente não consegue. A porta se fecha e você tenta espiar pelo buraco da fechadura, sem ver nada. 

Às vezes dura algumas horas, alguns dias, algumas semanas, meses e até anos. O bloqueio é terrível, mas não invencível. O que bloqueia a nossa visão sobre o mundo é a falta de leitura, logo, o que pode curar o nosso bloqueio de escrita é a leitura. Leia, alimente-se de novas palavras, novos estilos, novos enredos e inspirações. Uma hora a porta abrirá, nem que seja apenas uma fresta. Nesse momento, enfie o antebraço e passe a linha.

O bloqueio pode ser triste para um escritor, nos sentimos incapazes e fracos, principalmente porque já conseguimos criar muita coisa sem o bloqueio, e foi maravilhoso. Quando você se senta para criar novamente e não há o sentimento de desimpedimento criativo, surge a sensação depressiva do bloqueio. Ah, é triste... Você se sente um procrastinador de primeira. Eu sei, eu sei bem... Você não está sozinho, nunca esteve.