Resenha - O Vendedor de Histórias

segunda-feira, outubro 22, 2018


O Vendedor de Histórias é um romance do norueguês Jostein Gaarder, um dos meus autores preferidos da vida. Publicado em 2004, o livro conta a história de Petter Aranha, um ghost-writer de criatividade inigualável.

Título: O Vendedor de Histórias
Autor: Jostein Gaarder
Ano: 2004
Nº de páginas: 207
Editora: Companhia das Letras
Avaliação: ★★★★★  ♥
Sinopse: Petter era um garoto diferente dos outros. Ao crescer, ele virou Aranha, uma espécie de ghost-writer, que vende os frutos de sua imaginação para os escritores sem idéia.


Petter era filho de um casal divorciado e um contador de histórias nato. Desde pequeno, já inventava enredos e personagens de todos os tipos. Por ser extremamente inteligente, Petter se sentia superior aos colegas na escola e, inclusive, aceitava fazer deveres de casa por dinheiro. 

Na vida adulta, Petter começa a frequentar bares e cafés, onde conhece vários escritores de sucesso e frustrados. Não demora muito até que ele se torne um ghost-writer, ou seja, ele vendia sinopses e resumos de histórias que criava, e o escritor que comprasse poderia utilizar para escrever seu livro e publicar. Apesar de tudo, Petter Aranha (como o chamavam - Petter Parker? haha) se considerava incapaz de escrever um romance, pois acreditava ter ideias demais o tempo todo, o que o impedia de focar em uma só história.

Certo dia, Petter conhece Maria, uma mulher bem mais velha, mas que faz ele se apaixonar pela primeira vez. Depois de um tempo juntos, ela decide que era hora de parar, mas propõe que ele a engravide. Ela queria ter um bebê e criá-lo sozinha, então ele não poderia ver a criança ou saber o nome. Petter aceita e, após engravidá-la, Maria sai de sua vida e ele continua seus negócios.

Jostein Gaarder criou um personagem de personalidade fortíssima; a partir da narrativa em primeira pessoa, conhecemos Petter Aranha, que sempre se achou superior e que tinha uma mente muito criativa. No desenrolar do enredo, vários dos resumos e pequenas histórias que ele cria são apresentadas a nós, leitores, e aí podemos avaliar esses trabalhos e chegar a conclusão de que ele é realmente brilhante.

Se grandes escritores escrevem livros com dicas de escrita para seus leitores (como Stephen King - RESENHA AQUI), Gaarder faz isso em O vendedor de histórias:

Se uma pessoa ainda não aprendeu a escrever depois de doze anos de escola, nunca é tarde demais para frequentar um curso de redação. Existem muitos, há uma grande demanda por eles. O que falta é ter alguma coisa sobre a qual escrever, e isso não pode ser ensinado nas escolas. Não existem cursos de encontrar alguma coisa sobre a qual escrever. Mas eu estava lá, e essa carência se transformou no meu nicho.
Faltava a muitos iniciantes algo tão fundamental como a experiência de vida. É um equivoco pós moderno achar que você pode escrever primeiro e viver depois. Mas muitos jovens querem se tornar escritores principalmente porque querem viver como escritores. Isso é pôr o carro na frente dos bois. É preciso viver primeiro, e depois decidir se tem algo a dizer. A vida é o fator determinante. Escrever é o fruto da vida. A vida não é o fruto do escrever. (p. 121)

O desfecho da tragetória de Petter é surpreendente, o que só prova que a própria vida dele foi a maior história do livro, e que ele poderia ter criado, inclusive. Esse foi mais um livro genial do autor, embora com uma temática diferente das outras que eu já li. Confira resenhas que escrevi de outras obras de Gaarder:

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2 comentários

  1. tu acredita que ainda não li nenhum livro desse cara???? eu não acredito T__T tenho que fazer isso pra já

    gostei muito da história, me lembrou muito 'o fazedor de velhos'. mais um pra lista :3

    amei amei amei >>"É preciso viver primeiro, e depois decidir se tem algo a dizer. A vida é o fator determinante. Escrever é o fruto da vida. A vida não é o fruto do escrever."<<

    bjs

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    Respostas
    1. NOSSAAAA, começa pelo "Mundo de Sofia" :B

      As frases de O Vendedor de Histórias são tiros e mais tiros! hahah

      Beijos!

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