Resenha - Auto da Compadecida

segunda-feira, dezembro 13, 2021

 


Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, é uma peça teatral escrita em formato de auto, divida em três atos. Publicado em 1955, essa comédia dramática arranca risadas do leitor do início ao fim, ao passo que faz críticas à sociedade nordestina da época.

Título: Auto da Compadecida

Autor: Ariano Suassuna

Ano: 2014

Nº de páginas: 192

Editora: Lido no Kindle

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".


Auto da Compadecida ganhou meu coração tardiamente, quando em 2017, assisti ao filme pela primeira vez. Depois disso, eu assisto a esse filme todos os anos, pois se tornou a minha "comédia" brasileira favorita. A trama acompanha João Grilo e Chicó, os dois protagonistas mais engraçados que eu já conheci. 

Ambos trabalham em uma padaria e são muito infelizes trabalhando feito escravos lá. Chicó, inclusive, faz parte do adultério cometido pela mulher do padeiro, outros dois personagens icônicos que fazem parte da história. Certo dia, o cachorro da mulher do padeiro fica doente e ela pede que João Grilo e Chicó convençam o padre a benzê-lo, e aí tudo começa.

Os personagens da igreja também são muito marcantes, mas ao fim de tudo, surge o cangaceiro e seus parceiros para matar quem estivesse no caminho de seus roubos. Desde que assisti ao filme, eu percebi as críticas sociais feitas pelo autor à sociedade nordestina da época, mas lendo o roteiro da peça, percebe-se críticas ainda maiores à aspectos da sociedade da época como um todo, não somente nordestina.

A fim de expor as fraqueza humanas, o autor mostra o adultério, a corrupção da igreja e as motivações do histórico dos personagens que os levam a pecar. Recomendo muito o livro com o roteiro da peça para quem gosta do filme, porque você lê imaginando os atores do filme e o sotaque divertido deles e dá risada ao longo de toda a leitura. Se você está em busca de algo mais leve e engraçado para ler, não se decepcionará com Auto da Compadecida.

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