Resenha - Com a maturidade fica-se mais jovem

terça-feira, dezembro 28, 2021

 


Com a maturidade fica-se mais jovem, Hermann Hesse descorre, por meio de trechos e poemas, como o medo da "transitoriedade" o fez enxergar a morte de modo mais maduro em sua última obra.

Título: Com a maturidade fica-se mais jovem

Autor: Hermann Hesse

Ano: 2018

Nº de páginas: 154

Editora: Record

Sinopse: Em um sensível e lúcido elogio à maturidade, Hermann Hesse, Nobel de Literatura, mostra que a velhice pode ser tão rica e exuberante quanto a juventude Em Com a maturidade fica-se mais jovem, Hermann Hesse dedica-se com lirismo ao último desafio de sua longa vida de escritor: aceitar graciosamente a velhice e a proximidade da morte. Os belos textos trazem histórias cheias de referências a experiências pessoais, autoanálise e confissões literárias. A influência de Nietzsche, o conhecimento da psicanálise, a austeridade religiosa e o ceticismo subsequente estão representados em impressões sobre a efemeridade e a transitoriedade do mundo. A índole acentuadamente romântica transparece nas breves histórias e em seus pensamentos. Há ainda recordações íntimas, pequenos poemas em prosa e em verso, aforismos e breves tratados filosóficos. A natureza variada dos textos escolhidos marca a pluralidade do autor e aborda a dicotomia entre corpo e mente, espiritualidade e materialismo, conflito que permeou toda a sua obra. Hesse nos lembra, neste livro, do ciclo natural da vida, da primavera dos anos e da regeneração que anualmente se repete. Algo que não deve ser encarado como motivo de tristeza, por ele próprio se encontrar no inverno da existência, e sim como uma oportunidade para proceder à transformação e à regeneração interior.


Hermann Hesse é um dos meus autores preferidos da vida por conta de sua obra "Demian", entretanto, eu nunca havia lido outro livro dele e caí de cara no último, Com maturidade fica-se mais jovem. Nesse livro, o autor traz pequenas histórias, poemas e trechos do que ele pensa da morte e quais momentos de sua velhice foram importantes para que ele aceitasse a morte.

O que ele chama de "transitoriedade" na obra, remetendo à transição de vivo para morto (havendo ou não algo do outro lado), é o medo que ele tenta vencer por alguns anos até aceitar a naturalidade da morte. Além de trazer textos e poemas belíssimos sobre aceitar o acontecimento de nosso fim, ele também discute sobre o sentido da vida: uma resposta impossível de se desenvolver. 

A visão que Hesse tem da morte é como um ciclo "sem fim": nascemos, morremos e retornamos como natureza. Para o autor, nascer e morrer como natureza é a melhor vida que se pode ter, pois nascer e morrer como ser humano é extremamente sofrido.

Recomendo demais a obra para quem tem medo da morte e gostaria de compreender a visão de alguém que já está próximo à ela e que foi um grande pensador de seu tempo. Hermann Hesse morreu aos 85 anos, poucos dias depois de seu aniversário.

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