A elegância do ouriço, um romance de sucesso publicado na França, em 2006. Essa história me surpreendeu de muitas formas, entrelaçando a vida de duas personagens em um mesmo cenário.

Título: A elegância do ouriço

Autora: Muriel Barbery

Ano: 2008

Nº de páginas: 352

Editora: Companhia das Letras

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Um prédio elegante no centro de Paris; uma desconfiada zeladora de meia-idade, fã de Tolstoi e do Oriente; uma garota cáustica, às turras com a família; um senhor japonês sorridente e misterioso. Com esses ingredientes díspares, Muriel Barbery fez do romance A elegância do ouriço a boa surpresa literária de 2006 na França, onde vendeu mais de 850 mil exemplares. As vozes da garota e da zeladora, primeiro paralelas, depois entrelaçadas, vão desenhando uma espiral em que se misturam argumentos filosóficos, instantes de revelação estética, birras de classe e maldades adolescentes, poemas orientais e filmes blockbuster. As duas filósofas, Renée e Paloma, estão inteiramente entregues a esse ímpeto satírico e devastador, quando chega de mudança o bem-humorado Kakuro Ozu, senhor japonês com nome de cineasta que, sem alarde, saberá salvá-las tanto da mediocridade geral como dos próprios espinhos.

Em um prédio chique de Paris, uma concierge idosa vive sua vida lendo filosofia e grandes autores da literatura. Moradora do mesmo prédio, Paloma é uma jovem extremamente inteligente que vê problemas gritantes em sua família e sua classe social. Já viúva, a concierge vive sua vida simples. Cheia de reflexões profundas, Paloma planeja se suicidar no dia do seu aniversário.

No começo da história, ambas as personagens não se relacionam, mas o livro é divido entre capítulos que narram a vida da concierge e de Paloma como "pensamentos profundos". Essas personagens, de classes sociais diferentes, em momentos da vida diferentes, com histórias de vida que refletem os seus contextos sociais, acabam por se conhecer e ter suas histórias costuradas. 

Por meio das duas, nós, leitores, temos acesso à frases lindíssimas e reflexivas sobre a vida e o mundo. A autora tece, na obra, uma justificativa para a razão da vida, destacando a finidade das coisas e a eternidade. O tempo é um tema muito presente e eu adotei um termo que aparece para a minha vida: "o-tempo-fora-do-tempo", algo que acontece quando estamos tendo um momento tão bom, que nem pensamos no tempo e em como ele está passando. 

Esse livro nos faz ver as coisas belas da vida, mesmo sabendo que tudo vai acaba, tendo em mente que somos, sim, eternos. Recomendo muito a obra!