Resenha - O Retrato de Dorian Gray (The picture of Dorian Gray)

quinta-feira, setembro 03, 2020


O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, foi publicado em 1890, no período da Inglaterra Vitoriana. Esse clássico, conta a história de um jovem que, por conta de um retrato seu e por ter trocado sua alma, nunca envelhecia. 

Título: The Picture of Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Ano: 1890
Nº de páginas: 72 (adapted version)
Editora: Macmillan Publishing Company
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Enthralled by his own exquisite portrait, Dorian Gray exchanges his soul for eternal youth and beauty. Influenced by his friend Lord Henry Wotton, he is drawn into a corrupt double life; indulging his desires in secret while remaining a gentleman inthe eyes of polite society. Only his portrait bears the traces of his decadence. The novel was a succès de scandale and the book was later used as evidence against Wilde at the Old Bailey in 1895. It has lost none of its power to fascinate and disturb.

Estou participando de um grupo de conversação e leitura em inglês, e a leitura dessa semana foi The Picture of Dorian Gray, by Oscar Wilde. Acabei lendo em uma versão reduzida, para que eu pudesse ler a tempo, mas ainda pretendo, em breve, ler a obra em português.

Dorian é um jovem muito bonito e charmoso, certa noite, em um evento, o pintor Basil o encontra e acha sua beleza única, isso o faz o convidar para ser seu modelo. Dorian aceita e Basil pinta, então, um retrato de Dorian. Basil comenta com Lord Harry (um amigo dele), que aquela foi a melhor pintura que ele já fez e Harry concorda, ficando extremamente interessado em conhecer Dorian.

Ao ver a pintura de si mesmo, Dorian vê o quanto é bonito e se apaixona pela obra. Ele faz um desejo, dizendo que daria qualquer coisa, até mesmo sua alma, se o quadro pudesse envelhecer e ele continuasse jovem e esbelto. A magia acontece e o quadro passa a envelhecer no lugar de Dorian. Porém, agora sem alma, o jovem se torna uma pessoa cruel por dentro e faz coisas terríveis para proteger sua juventude.

Lord Harry é a representação do corrompimento de Dorian, influenciando o protagonista a fazer coisas que erradas. Basil, o pintor, trata Dorian como se fosse um apaixonado, e essas cenas renderam as maiores críticas da época, uma vez que a Inglaterra Vitoriana era extremamente tomada pelo moralismo e era totalmente contra o amor entra pessoas do mesmo sexo (muito homofóbica mesmo).

A obra, inclusive, serviu de prova no julgamento de Oscar Wilde, depois de ser condenado por homossexualismo. Mesmo sendo casado e tendo dois filhos, Oscar trocava cartas de amor com um amigo dele chamado Douglas. Quando descobriram as cartas, Oscar foi preso e a prisão o destriuiu. Ao sair de lá, a família não queria mais saber dele, então ele se exilou em Paris, morrendo doente e sozinho, apenas 10 anos após a publicação de O Retrato de Dorian Gray.

Voltando ao livro, é importante ressaltar que ele traz como referência o mito de Narciso (aquele que se apaixonou pela própria imagem e isso ocasionou em sua morte) e a lenda do Dr. Fausto, de Goethe, que vendeu a alma para o demônio em troca de juventude e poder. Tecnicamente, Dorian vende sua alma para enfeitiçar o quadro e continuar jovem, mas isso trouxe consequências.

Recomendo MUITO a obra. De acordo com Oscar Wilde, a arte não tinha nenhum outro propósito, além de ser bela. Para ele, obras de arte não tinham função social ou política. Desde sempre, a sociedade venera o belo e o que se parece mais com os estereótipos, em vários âmbitos. Dorian era extremamente belo e preferiu vender a alma em troca da imortalidade, bem como para evitar ver, na vida real, a sua própria imagem de velho. 

E você, já leu a obra? Ouviu falar? Comenta aí!

Você também poderá gostar de

0 comentários

"Comento, logo existo."