Resenha - As últimas testemunhas
quarta-feira, agosto 29, 2018
Quando eu soube que minha irmã, assinante da TAG, receberia um livro inédito no Brasil , da Svetlana, fiquei quase louca, afinal, é a autora que estudarei para escrever o meu TCC. Além do livro, veio também a revista, que contém informações que eu nunca tinha encontrado e até uma entrevista exclusiva.
Título: As Últimas Testemunhas
Autora: Svetlana Aleksiévitch
Ano: 2018
Nº de páginas: 320
Editora: TAG - Experiências Literárias
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: A 22 de junho de 1941, a Alemanha nazi invade a União Soviética, quebrando o pacto de não-agressão celebrado entre as duas nações e dando início ao que ficaria conhecido do lado russo como a Grande Guerra Patriótica.
No final do conflito, em 1945, tinham morrido cerca de três milhões de crianças e, só na Bielorrússia, vinte e sete mil viviam em orfanatos.
Os relatos destes órfãos foram recolhidos, passados mais de quarenta anos, por Svetlana Alexievich.
O resultado é uma visão única da guerra, testemunhada pelas crianças e não por soldados, políticos ou historiadores — os narradores mais sinceros e, simultaneamente, mais injustiçados.
Uma obra importante, composta por relatos impressionantes, profundamente comovedores e autênticos, em que o conflito e a tragédia se transformam em acontecimento pessoal, em fascinante e pungente memorial vivo de guerra.
Como Alexievich diz, "As últimas testemunhas" é somente um dos seus romances de vozes. Assim como em A guerra não tem rosto de mulher e em Vozes de Tchernóbil, nessa obra também temos os relatos ouvidos e transcritos pela autora, mas dessa vez, para registrar a voz daqueles que eram apenas crianças inocentes durante a Segunda Guerra Mundial na Rússia.
O que uma criança pensava ao ouvir a palavra "guerra"? O que ela via, sentia e, acima de tudo, entendia? Algumas testemunhas não lembram de muita coisa, e outras lembram como se fosse ontem, pois se sentem incapazes de apagar aquelas cenas horríveis da memória.
Os relatos têm um tom infantil, porque as testemunhas tentaram contar do ponto de vista que tinham na época; confuso e curioso. Narram como era o luto, a fome, as cenas traumáticas que foram obrigados a assistir, a vida nos orfanatos, o fato de nunca conhecer a mãe e/ou o pai, o desejo de encontrar a família de novo, o medo e a perda da infância.
Esse é um livro muito tocante e não apresenta comentários da autora, o que eu senti muita falta, já que nos outros livros ela deixa algumas observações. Essa ausência garantiu um efeito muito mais profundo na obra.
E você, já leu algum livro da Svetlana? Sabia dos romances de vozes dela? Assina a TAG? Comenta aí!
0 comentários
"Comento, logo existo."