Resenha - Território Lovecraft

segunda-feira, julho 12, 2021

 


Lovecraft Country, de Matt Ruff, foi publicado pela primeira vez em 2016. Esse romance de contos de horror se passa nos Estados Unidos segregados de 1950, e foi adaptado pela HBO em 2020.

Título: Lovecraft Country (Território Lovecraft)
Autor: Matt Ruff
Ano: 2020
Nº de páginas: 352
Editora: Intrínseca (Lido no Kindle)
Avaliação: ★★★★
Sinopse: Uma jornada fantástica e assustadora, adaptada para virar série na HBO com produção do diretor de Corra!, Jordan Peele, e J.J. Abrams Nos Estados Unidos segregados da década de 1950, Atticus é um rapaz negro, veterano da Guerra da Coreia, fã de H. P. Lovecraft e outros escritores de pulp fiction. Ao descobrir que o pai desapareceu, ele volta à cidade natal para, com o tio e a amiga, partir em uma missão de resgate. Na viagem até a mansão do herdeiro da propriedade que mantinha um dos ancestrais de Atticus escravizado, o grupo enfrentará sociedades secretas, rituais sanguinolentos e o preconceito de todos os dias. Estruturado ao mesmo tempo como uma coletânea de contos e um romance, "Território Lovecraft" apresenta, além de personagens memoráveis, elementos sobrenaturais, como casas assombradas e portais para outras realidades, objetos enfeitiçados e livros mágicos. Um retrato caleidoscópico do racismo — o fantasma que até hoje assombra o mundo —, a obra de Matt Ruff une ficção histórica e pulp noir ao horror e à fantasia de Lovecraft para explorar os terrores da época de segregação racial nos Estados Unidos.


Território Lovecraft é um livro de contos que gira em torno de uma mesma trama central, e com os mesmos personagens, sendo a maioria deles negros. A história se passa em "tempos de Jim Crow", claro que fiz uma pesquisa rápida durante a leitura e vi que as "Leis de Jim Crow" eram justamente as leis segregacionistas que exigiam a separação de negros e brancos em lugares públicos.

A história começa quando o pai de Atticus lhe envia uma carta e o convida para uma mansão em Ardham, um local sombio. Atticus vai até lá com seu tio, George, e sua amiga, Letitia. Tio George é o dono de uma empresa que faz guias de viagens para negros, indicando hotéis e restaurantes seguros. Durante essa viagem, já é possível observar o nível de racismo daquela época e como os negros eram alvos dos brancos em qualquer lugar.

Ao chegar em Ardham, eles se deparam com monstros, rituais e magia. Quando conseguem escapar, todos os acontecimentos se dão em torno da família Braithwhite. Os aspectos que mais me chamaram a a atenção, foi o fato de que temos uma história em que os brancos são retratados como vilões, os negros são heróis e tudo isso acontece em um cenário extremamente violento, racista e conturbado.

Para mim, o conto mais forte foi o de Ruby, irmã de Letitia. Ela se envolve com um dos Braithwhite e ele dá a ela uma poção que a faz ficar branca. A partir daí, ela vai descobrindo como uma mulher branca é tratada na sociedade: totalmente diferente de uma mulher negra. 

Não houve nenhum olhar desconfiado, ninguém fingindo que ela não estava ali ao mesmo tempo que se perguntava o que ela estaria tramando; as pessoas sentiam que não precisavam prestar atenção nela. Era livre para dar uma olhadinha por aí, não apenas nas lojas, mas no mundo inteiro.

Gostei bastante da leitura e achei alguns contos mais assustadores que vários livros do Stephen King. Eu adoro H.P. Lovecraft e, como Lovecraft Country tem vários elementos e referências Lovecraftianas, eu AMEI demais, tanto o livro quanto a série, que assisti bem antes e já falei sobre aqui no blog (CLIQUE AQUI PARA LER).


E você, já leu ou assistiu Território Lovecraft? O que achou? Comenta aí!

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