Resenha - Frankenstein ou o Prometeu moderno
quarta-feira, julho 11, 2018
Mary Shelley era filha de escritores e seu marido escrevia, mas ela não tentava se aventurar na escrita por falta de tempo. Certo dia, ela e o marido foram passar férias na Suíça, e o vizinho deles era ninguém mais, ninguém menos, que Lorde Byron, o príncipe do movimento romântico. Quando uma temporada de chuvas e mal tempo começou, eles ficavam muito tempo em casa em frente à lareira. Em meio a conversas, Lorde Byron propôs que todos escrevessem um conto de horror. Após um pesadelo, Mary finalmente conseguiu criar a sua história, a que envolvia a criação de um monstro por meio da ciência. Enfim, em 1823 Frankenstein ou o Prometeu moderno foi publicado.
Título: Frankenstein ou o Prometeu moderno
Autora: Mary Shelley
Ano: 2012
Nº de páginas: 250
Editora: Fronteira / Saraiva
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Certa noite, após uma longa conversa em que lorde Byron e Percy Shelley trataram da hipótese de aplicar o princípio vital da natureza a um corpo inerte, Mary Shelley teve um pesadelo inesquecível em que viu um monstro criado pela ciência humana. Este seria o ponto de partida de uma das obras mais proféticas da história da literatura: Frankenstein ou o Prometeu moderno, romance que explora temas como a moral científica, a criação e destruição da vida e a audácia da criatura em sua patética emulação com o Criador.
Frankenstein ou o Prometeu moderno é um romance gótico de horror, mas para mim, está mais para um clássico do romantismo que inova por trazer a temática da ciência, ainda que ela se torne inimiga do protagonista, indo contra as perspectivas do iluminismo (pode ter sido proposital, Mary?)
Por que "Prometeu moderno"?
"Prometeu, na mitologia grega, é um titã (da segunda geração), filho de Jápeto (filho de Urano; um incesto entre Urano e Gaia) e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. Algumas fontes citam sua mãe como sendo Tétis, enquanto outras, como Pseudo-Apolodoro, apontam para Ásia oriental, também chamada de Clímene, filha de Oceano. Foi um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência, responsável por roubar o fogo de Héstia e o dar aos mortais. Zeus (que temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os próprios deuses) teria então punido-o por este crime, deixando-o amarrado a uma rocha por toda a eternidade enquanto uma grande águia comia todo dia seu fígado - que se regenerava no dia seguinte. O mito foi abordado por diversas fontes antigas (entre elas dois dos principais autores gregos, Hesíodo e Ésquilo), nas quais Prometeu é creditado - ou culpado - por ter desempenhado um papel crucial na história da humanidade".
Na obra de Mary Shelley, Victor torna-se o Prometeu, já que vive sob as chantagens daquilo que ele mesmo criou.
Victor Frankenstein vivia em Genebra, em uma grande família com pai, mãe e irmãos adotivos. Após a morte da mãe, decide ir estudar na Inglaterra, e é lá que ele entra em contato com os filósofos e cientistas que o inspiram na sua criação. Ao perceber todo o seu potencial como cientista, Victor decide criar um ser humano. Passa meses trabalhando excessiva e ansiosamente em seu projeto e, quando finalmente termina aquele trabalho nojento (que para ele era arte), o "ser" ganha vida, mas tem um aspecto terrível, uma vez que foi montado com restos humanos. Victor não suporta olhar para o seu monstro e, cheio de arrependimento, foge e o abandona por meses.
Nesse meio tempo, Victor faz amizade com Clerval e volta para casa, pois soube que seu irmãozinho, William, havia morrido. A sua família e ele estavam devastados, Victor sabia que o culpado era o monstro que criara.
Em certo momento, ele finalmente se encontra com sua criação, e o monstro lhe conta tudo o que passou após ser abandonado por seu criador. Ele tentou se tornar amigo dos seres humanos, mas ninguém percebia suas intenções bondosas, somente sua aparência horrenda. Isso despertou o desejo de vingança no monstro, e ele decidiu ir atrás de Victor, exigindo que ele criasse uma companheira para ele, ou ele mataria todos os familiares de Victor.
Ele atende e, comprometido com sua irmã de criação, Elizabeth, vai para a Inglaterra. Não consegue, contudo, criar novamente outro ser. O monstro lhe garante, então, que ele aparecerá na noite de núpcias de Victor e Elizabeth.
Sem mais spoilers, Frankenstein é uma obra lotada de escapismo (a fuga para a natureza, para o belo que proporciona sentimentos), trata de amor, amizade e família. Dessa forma, é uma obra romântica de final trágico (as well). Confesso ter ficado com muita raiva do Victor, pois ele foi extremamente covarde e cruel, fugindo de suas responsabilidades, enquanto o monstro foi totalmente injustiçado do início ao fim.
Obs: Nem acredito que li esse livro no ano em que ele completou seus 200 anos!
E você, já leu ou assistiu alguma das milhões de adaptações de Frankenstein? Comenta aí!
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