Resenha - O Homem de Giz

segunda-feira, agosto 30, 2021

 


O Homem de Giz, publicado no Brasil em 2018, é um thriller da autora C. J. Tudor. A obra é narrada pelo protagonista, Eddie, sobre fatos que ocorreram quando ele era adolescente e que levaram à mistérios que ainda acontecem no presente. 
Título: O Homem de Giz
Autora: C.J. Tudor
Ano: 2018
Nº de páginas: 272
Editora: Intrínseca
Avaliação: ★★★★
Sinopse: Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King. Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.


Cada capítulo do livro indica o ano em que a história está sendo contada: nos anos 80, quando Eddie era adolescente, ou em 2016, no tempo presente em que Eddie tem 40 e poucos anos. Eddie morava em uma cidade pequena na sua adolescência. Certo dia, ele havia ido ao parque e ficou hipnotizado pela beleza de uma garota que estava no carrossel. Entretanto, algo inesperado e horrível acontece: o carrossel se desmonta e a menina é jogada longe. No meio da correria e gritos das pessoas, Eddie vai socorrer a menina e vê que pare do rosto dela foi dilacerado. Ele pensa em ir embora, mas um homem muito branco e vestido de modo estranho, pede que ele o ajude a estancar o sangue da perna da menina. Esse homem, na verdade, era Halloran, um albino e o novo professor de inglês de Eddie.

"Há coisas na vida que conseguimos alterar – o peso, a aparência, até o nome –, mas há outras que, por muito que se deseje e tente, nunca conseguimos modificar. São essas as coisas que nos moldam. Não as que conseguimos alterar, mas aquelas que não conseguimos."

Depois dessa situação traumatizante, conhecemos os amigos de Eddie. Por conta do bullying que eles sofriam dos maiores, eles decidem usar desenhos de bonecos de giz como códigos para se encontrarem. Dessa forma, eles desenhavam na frente da casa deles, bonequinhos que iriam dizer onde eles deveriam ir naquele dia. Porém, um dia algo estranho aconteceu e o desenho dos bonequinhos os levou a encontrar o corpo esquartejado de uma garota. 

"Descobri que é muito melhor pegar nos medos, fechá-los numa caixa muito bonita e atirá-la para o recanto mais escuro e fundo da memória. Mas cada um pensa à sua maneira."

A partir desse momento, eles se juntaram para tentar resolver o mistério, que durou até a vida adulta deles e só foi desvendado em 2016. O fato de eles pegarem suas bicicletas na adolescência e irem para o bosque em busca de respostas, e também por isso ter sido levado até a vida adulta deles, me lembrou DEMAIS Stranger Things e, obviamente, "It, a coisa", de Stephen King. 

"No lugar onde antes eram os olhos agora só havia duas cavernas escuras e vazias. Mas não vazias. Lá dentro, consegui entrever coisas que se mexiam. Coisas pretas e brilhantes que deslizavam, frenéticas, no interior mole da concavidade das órbitas."

No final, descobrimos toda a verdade acerca daquele assassinato e de outras mortes que se seguiram. Temas como pedofilia, incesto e religião são entrelaçados aos mistérios. Apesar de eu não ler tanto thriller, eu gostei bastante desse livro. Infelizmente, acabei lendo em Português de Portugal, então eu me pegava várias vezes me entretendo mais com palavras engraçadas do idioma do que aos acontecimentos (hahah), mas achei a obra muito envolvente, há vários momentos em que as coisas começam a esquentar e você nem vê 10 páginas passarem. Gostei muito e recomendo para quem gosta de thrillers, mistérios a serem solucionados e, obviamente, para quem adora criar teoria enquanto lê.


"As pessoas dizem que não há nada mais forte do que o amor. Têm razão. É por isso que as piores atrocidades são cometidas em seu nome."

"Mas a morte não tolera argumentações. Não existe um apelo final. A morte é a morte e tem todas as cartas na mão. Mesmo que a enganemos uma vez, não nos permite um segundo bluff."


E você, já tinha lido ou ouvido falar dessa obra? Gosta de thrillers? Comenta aí! 

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