Resenha - Ferreiro de Bosque Grande

quarta-feira, setembro 08, 2021

 


Ferreiro de Bosque Grande foi a última história escrita por J.R.R. Tolkien. O autor começou a escrever a obra em 1964, mas a publicou somente em 1967, ou seja, esse breve conto levou 3 anos para ficar pronto. A essa altura, O Senhor dos Anéis já tinha feito (e seguida fazendo) enorme sucesso, bem como Tolkien já tinha passado tempo demais se dedicando à mitologia de O Silmarillion.

Título: Ferreiro de Bosque Grande

Autor: J.R.R. Tolkien

Ano: 2015

Nº de páginas: 178

Editora: WMF Martins Fontes

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Esta história fascinante de um andarilho que encontra o caminho para o perigoso reino da Terra-Fada está sendo publicada pela primeira vez no Brasil. Esta edição inclui um manuscrito do rascunho original de Tolkien para a história, as ilustrações de Pauline Baynes, notas sobre a gênese, a cronologia e o final alternativo da história e um longo ensaio sobre a natureza da Terra-Fada, tudo inédito até agora.Estão contidas em 'Ferreiro de Bosque Grande' muitas ligações interessantes com o mundo da Terra-média e também com os demais contos de Tolkien, e nesta "edição ampliada" o leitor finalmente descobrirá a história completa por trás dessa importante peça de ficção breve.

Ferreiro de Bosque Grande é uma breve história sobre um homem que tinha acesso à Terra-Fada. O mais engraçado é pensar que toda a trama começa com cozinhas e Mestre-Cucas. Bosque Grande era uma pequena aldeia que adorava promover eventos e festivais, para garantir os melhores buffets nessas datas, eles tinham uma cozinha e um Mestre-Cuca. A cada vinte quatro anos, eles comemoravam o Banquete das Boas Crianças. Para esse banquete, eram convidadas somente 24 crianças e era servido um Grande Bolo, muito doce e delicioso. Certa vez, o Mestre e o seu Aprendiz decidiram colocar dentro do bolo uma estrela que encontraram na despensa, juntamente com moedas e outras coisas que iriam deixar as crianças felizes.

Um garotinho chamado Alf acabou engolindo a estrela e ela apareceu brilhante em sua testa. A partir daí, ele viveu sua vida normalmente e se tornou um grande ferreiro, mas sempre viajava sozinho sem contar para ninguém para onde estava indo. Logo, os leitores descobrem que ele ia à Terra-Fada, um lugar que lhe dava várias tarefas, uma vez que ele carregava a estrela mágica dentro dele.

A Terra-Fada lembra, em vários aspectos, a Terra-média e os elfos, mas isso só é explorado depois do conto. Essa edição da Martins Fontes conta com ilustrações, imagens do manuscrito original e também toda uma análise de várias características interessantes da obra. Por conta disso, descobrimos que, inicialmente, o livro se chamaria "O Grande Bolo", mas Tolkien decidiu mudar bem depois. 



A história desse livro tem a mesma pegada fofa e descontraída dos outros livros mais infantis que já li de Tolkien, como "Roverandom" e "As Aventuras de Tom Bombadil". Ainda assim, o autor recebeu algumas críticas ruins e ele mesmo acabou descrevendo-o como: "o livro de um velho, já oprimido como o pressentimento da privação", como se esse livro fosse a prova de que ele já não se sentia mais livre para escrever outras histórias que não tivessem a ver com o universo da Terra-média.

Ao passo que gostei da história, a parte da análise dela me deixou um pouco triste, já que recebemos essas informações das críticas e de como afetaram a autoestima de criatividade do Tolkien justamente nos seus últimos anos de vida. Ainda assim, recomendo a leitura para quem gosta de explorar as outras obras de Tolkien. 

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