Resenha - O pagador de promessas

segunda-feira, janeiro 07, 2019


O Pagador de Promessas é um drama escrito por Dias Gomes, publicado em 1960 e inspirou o filme de 1962. A peça conta a história de Zé-do-Burro, um homem que carrega uma cruz até a Bahia para cumprir uma promessa inusitada.

Título: O pagador de promessas
Autor: Dias Gomes
Ano: 1960
Nº de páginas: 176
Editora: Lido em PDF
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Dias Gomes narra nesta peça de renome internacional o emocionante calvário do simplório Zé-do-Burro: para cumprir promessa feira a Iansan, pela cura de seu burro, ele divide seu sítio com os lavradores pobres e carrega pesada cruz de madeira no percurso de sete léguas, com o objetivo de depositá- la no interior da igreja de Santa bárbara, em Salvador. Iansan se confunde com Santa Bárbara na visão popular, mas por certo não é um mito cristão, motivo mais que suficiente para que as autoridades eclesiásticas se opusessem à entrada do herói no sagrado recinto. Zé-do-Burro não esmorece. Sua obstinaçào, sua fé, conduzem a um dos mais empolgantes desfechos do teatro contemporâneo - e universal. O Pagador de Promessas: serviu de tema ao filme do mesmo título, ganhandor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1962.


Zé-do-Burro vivia no campo com sua mulher Rosa. Ele gostava tanto de seu burro, Nicolau, que quando o bicho ficou doente, ele foi até um terreiro e fez uma promessa para Iansã (orixá do candomblé que representa Santa Bárbara, do catolicismo). A promessa consistia em duas coisas: levar uma cruz até o altar da Igreja de Santa Bárbara na Bahia e dividir o sítio dele com os necessitados. Após dividir suas terras, ele vai caminhar por quilômetros carregando a cruz até a Bahia.

Chegando lá, o padre não deixa Zé-do-Burro cumprir sua promessa, pois para ele, Zé fez a promessa para uma imagem profana (Iansã) e por um mero burro. Nisso, aproxima-se Bonitão, um cafetão que se interessa pelas qualidades de Rosa e a leva até um hotel. Também aparece Dedé Cospe-Rima, um poeta pobre que pede para escrever (e vender) sobre a história de Zé. Depois dele vem o Galego, um estrangeiro que ajuda Zé, mas só quer chamar a atenção para o seu estabelecimento. E ainda tem o Repórter, um cara que representa a voz sensacionalista e inventa um monte de mentiras sobre Zé para vender mais jornais. 

Com isso, tem-se que Zé representa o homem do campo ingênuo, que é insistente, teimoso e honesto. Enquanto os outros, representam o homem da cidade e espertos, por se oportunizar da história e ter um interesse financeiro por trás. Inclusive, Zé poderia ser comparado a Dom Quixote, que era ingênuo e utópico e acreditava que tudo daria certo, mesmo tendo tudo para dar errado. Os dois são personagens que causam desordem social. 

Ao final, Zé descobre que foi traído por Rosa e, por conta das mentiras contadas pelo repórter, Zé acaba sendo morto pela polícia. Os capoeiristas, então, amarraram o corpo dele na cruz e levaram para dentro da igreja, fazendo com que Zé cumprisse sua promessa.

O texto é um pouco longo, mas a leitura flui rapidamente pelo formato teatral. Gostei bastante da peça, achei engraçada e fiquei à favor de Zé o tempo todo, torcendo para que o padre deixasse ele cumprir logo a promessa. Recomendo muito a leitura e agora quero assistir ao filme!

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