Resenha - Belas Adormecidas

quinta-feira, março 04, 2021

 


Belas Adormecidas, escrito por Stephen King e seu filho, Owen King, é um romance de ficção científica e suspense, com uma premissa incrível e uma crítica ao mundo patriarcal.
Título: Belas Adormecidas
Autores: Stephen King e Owen King
Ano: 2017
Nº de páginas: 728
Editora: Lido no Kindle
Avaliação: ★★★★
Sinopse: Pelo mundo todo, algo de estranho começa a acontecer quando as mulheres adormecem: elas são imediatamente envoltas em casulos. Se despertadas, se o casulo é rasgado e os corpos expostos, as mulheres se tornam bestiais, reagindo com fúria cega antes de voltar a dormir. Em poucos dias, quase cem por cento da população mundial feminina pegou no sono. Sozinhos e desesperados, os homens se dividem entre os que fariam de tudo para proteger as mulheres adormecidas e aqueles que querem aproveitar a crise para instaurar o caos. Grupos de homens formam as “Brigadas do Maçarico”, incendeiam em massa casulos, e em diversas partes do mundo guerras parecem prestes a eclodir. Mas na pequena cidade de Dooling as autoridades locais precisam lidar com o único caso de imunidade à doença do sono: Evie Black, uma mulher misteriosa com poderes inexplicáveis.

Escrito por Stephen King e Owen King, Belas Adormecidas é um livro provocativo, dramático e corajoso, que aborda temas cada vez mais urgentes e relevantes.

Belas Adormecidas, escrito por Stephen King e seu filho, Owen King, foi um dos livros mais longos que eu li em 2020 e foi a leitura de novembro para o Clube de Livroterapia. A escolha dessa obra foi baseada no tema de Halloween e, apesar de não ter nada de assustador, eu consegui imaginar tudo como um daqueles filmes de suspense em que o tempo está sempre nublado, as cores são frias e tudo o mais.

"Em um mundo apavorado, uma notícia falsa era rainha."

O cenário principal da história é uma pequena cidade dos Estados Unidos, chamada Dooling. Certo dia, eles começam a receber notícias de que algumas mulheres, em lugares específicos do mundo, quando dormiam, eram envolvidas por um casulo e não acordavam mais. Todos ficaram alarmados, mas não pensaram que isso chegaria a Dooling.

Não demorou muito para que as mulheres de Dooling adormecessem e se aprisionassem no casulo. Alguns homens tentavam tirar as mulheres de lá, mas elas respondiam violentamente ao ato e depois voltavam a dormir neles. O que as pessoas sabiam era que aquilo só acontecia com mulheres, que não se podia tentar tirá-las de lá, que as que estavam acordadas não podiam dormir ou virariam casulos e que só restariam homens no mundo.

"Se bem que amor é uma palavra perigosa quando vem de homens. Na maioria das vezes eles não querem dizer a mesma coisa que as mulheres, quando a dizem. Às vezes, eles querem dizer que matariam por amor. Às vezes, quando eles falam, não estão querendo dizer muita coisa. O que, claro, a maioria das mulheres acaba descobrindo. Algumas com resignação, muitas com sofrimento."

A história possui muitos personagens, pois abrange boa parte dos moradores da cidade e boa parte das mulheres presas na penitenciária feminina da cidade. Com as mulheres nos casulos, o mundo começa a se tornar em um caos em poucos dias, fazendo com que os homens se juntem para tentar resolver o problema. A suspeita é que Evie Black, uma das presas, tenha algo a ver com esse fenômeno, já que ela dormia e nunca ficava presa no casulo. 

"Filhos não ligavam nos aniversários. Filhos não gostavam de compartilhar. Filhos batiam em filhos, enforcavam namoradas. Filhos percebiam que eram maiores e nunca esqueciam. Filhos te machucariam se você não dissesse que acreditava na mentira deles. Filhos não ligavam para o mundo que deixariam para seus filhos e filhas, apesar de dizerem que sim quando chegava a época da eleição."

A obra tem um final em um círculo fechado perfeito, tudo se responde na conclusão e mostra o que aconteceu com todos personagens, algo difícil de se encontrar em obras que Stephen King escreve sozinho. Além disso, o livro faz uma grande crítica à sociedade atual e patriarcal, que coloca o gênero masculino acima do feminino, fazendo uma proposta muito interessante de mudança de sistema nos últimos capítulos.

"A casa de um homem era seu castelo, era o que diziam, e inserido nos cromossomos XY havia uma crença profunda de que todos os homens eram reis e todas as mulheres eram suas empregadas."

Recomendo muito a leitura de Belas Adormecidas para quem quer ler algo crítico, diferenciado e que mistura ficção científica, romance e suspense. Não achei que o livro dá medo, mas achei hilário como os homens são representados em alguns momentos e amei a simbologia da mariposa na história. Esse é um livro bem longo (728 páginas), mas ainda assim, consegui ler facilmente minha meta de 50 páginas por dia, pois a linguagem é fácil e envolvente, de modo que as imagens se formam como um filme na sua cabeça (isso que eu adoro sobre os livros do King). 

Quero aproveitar esse post e convidar vocês para participarem do Clube de Livroterapia! Estou fazendo parte desse clube do livro desde que começou, ele foi organizado pela minha irmã e pela amiga dela. Somos participantes de todos os lugares do Brasil, os encontros mensais são feitos online e são sempre muito engrandecedores, terapeuticos e produtivos! Se tiver interesse, manda um direct no instagram do clube: @clubedelivroterapia

E você, já leu ou ouvir falar de Belas Adormecidas? Sabia da trama? Gosta dos livros do Stephen King? Comenta aí!

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