Resenha - Flores para Algernon

quinta-feira, março 18, 2021

 

Flores para Algernon, de Daniel Keyes, foi publicado pela primeira vez em 1959. Entretanto, o livro só foi traduzido para o português e publicado no Brasil, em 2018. Esse romance/conto longo, em narrativa epistolar, conta a história de Charlie, um homem "retardado" que faz uma cirurgia para aumentar sua inteligência.

Título: Flores para Algernon

Autor: Daniel Keyes

Ano: 2018

Nº de páginas: 288

Editora: Aleph

Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Aos 32 anos, Charlie trabalha na padaria Donners, ganha 11 dólares por semana e tem 68 de QI. Porém, uma cirurgia revolucionária promete aumentar a sua inteligência, considerada gravemente baixa. O problema? Enxergar o mundo com outros olhos e mente pode trazer sacrifícios para a sua própria realidade. E resta saber se Charlie Gordon está disposto a fazê-los.


No começo da história, Charlie têm 32 anos e trabalha em uma padaria. Ele tem algum transtorno mental e de aprendizagem, mas que em momento algum é especificado. A história toda é narrada por meio dos "relatórios de progresso" de Charlie, como um diário (narrativa epistolar). Ele aceita, então, fazer uma cirurgia experimental, que só havia sido feita antes em um rato chamado Algernon. Charlie é o primeiro humano a passar pelo mesmo procedimento: uma cirurgia que promete lhe dar inteligência. 

"E quão tolo fui de algum dia pensar que professores eram gigantes intelectuais. Eles são pessoas, e sentem medo de que o resto do mundo descubra."

Após a cirurgia, vamos acompanhando o progresso e desenvolvimento de Charlie por meio dos relatórios que ele escreve. A escrita muda, a personalidade dele muda e, obviamente, o modo como ele enxerga o mundo também. As coisas se tornam mais problemáticas e questionáveis para ele do que antes. Ele muda tanto que prefere ver o Charlie como outra pessoa, como uma personalidade obscura que ele foi um dia, e que nunca mais quer ser de novo. Ele tem medo.

"Levantei-me do sofá e acendi a luz. Eu quase esperava vê-lo em pé ali. Mas claro que não. Nós estávamos sozinhos. Estava tudo na minha cabeça."

"Sou como um animal que foi trancado do lado de fora de sua jaula boa e segura."

Entretanto, o novo Charlie percebe que Algernon, o rato, começa a ter problemas depois de um tempo e assume que o mesmo acontecerá com ele. Achei o enredo da história e a premissa simplesmente genial! Nunca li nada parecido e muito menos envolvendo um personagem com transtornos mentais. É interessantíssimo como, na obra, a subjetividade do personagem muda drásticamente conforme ele tem mais e mais inteligência: o mundo é completamente diferente de antes. 

"Não havia como impedir as areias do conhecimento de deslizarem pela ampulheta da minha mente."

"Por que estou sempre olhando pra vida por trás de uma janela?"

Outros temas importantes também são apresentados, como o bullying e a dificuldade familiar de aceitação de um deficiente mental, envolvendo a violência, o ciúme e incompreensão. Recomendo muito a leitura, acredito que esse tenha sido o terceiro melhor livro que li em 2020. 

E você, já tinha ouvido falar desse livro? Gostaria de ler? Já leu? Comenta aí!

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