Resenha - Não me abandone jamais

quarta-feira, fevereiro 28, 2018


Não me abandone jamais é uma ficção científica do autor Kazuo Ishiguro (vencedor do prêmio Nobel da Literatura em 2017), publicado em 2005. Chegou ao Brasil em 2016 e já tem uma adaptação cinematográfica. Com uma temática futurística, o autor traz o romance complicado de um modo simples e envolto de drama.

Título: Não me abandone jamais
Autor: Kazuo Ishiguro
Ano: 2016
Nº de páginas: 344
Editora: Companhia das Letras
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Kathy, Tommy e Ruth são clones criados para doar órgãos. Tendo esse cenário de ficção científica por pano de fundo, e o triângulo amoroso como gancho, Kazuo Ishiguro fala de perda, de solidão e da sensação que às vezes temos de já ser "tarde demais". Finalista do Man Booker Prize 2005.
Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de "cuidadora". Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os "alunos" de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição.
Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino - doar seus órgãos até "concluir". Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses "doadores", em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.

E se no futuro você pudesse ter um clone que viveria só para te doar órgãos quando você ficasse velho? É para isso que Kathy, Ruth e Tommy, três alunos da escola Hailsham existem na história. Eles foram criados em uma escola de clones, todos nascem, crescem, tornam-se cuidadores de clones que já começaram as doações e esperam também para se tornarem doadores. Eles podem fazer várias doações até finalmente morrerem. São clones esperando para serem úteis, esperando para doar seus órgãos para que um ser humano possa viver mais. Seria o plano perfeito, se esses clones não fossem 90% humanos, com sentimentos, emoções, medos...

A história é narrada em primeira pessoa por Kathy, que já é uma cuidadora. Ela volta no tempo e nos conta sobre sua vida, sobre Hailsham, sobre os professores, sobre o que aprendiam lá, para que serviam e como eles tinham de pintar, escrever e fazer diversas obras artísticas. O objetivo disso? Provar para alguém que os clones tinham alma, por isso pintavam, escreviam, cantavam...


Kathy era amiga do casal Tommy e Ruth, por mais que ela sempre tivesse nutrido sentimentos por Tommy, ela era a maior amiga e conselheira amorosa deles. Esse triângulo amoroso só se desfaz depois de muito tempo, quando já é meio tarde.

É um livro extremamente tocante. A escrita do autor é simples e flui muito bem, as descrições são feitas na medida certa, com uma leve pitada estilística do autor de colocar detalhes que incluem a luz do Sol, a temperatura do vento e elementos do gênero. É uma obra diferente de tudo o que eu já li e posso dizer que o romance não é exagerado, as personagens nos passam lições por meio de suas personalidades complicadas (indireta para a Ruth), o que significa que elas são muito bem construídas.


Assisti ao filme também e posso dizer que é excelente. Recomendo muito a leitura e o filme (disponível na Netflix), vale a pena conhecer o trabalho do autor, afinal, ele ganhou um Nobel da Literatura.

E você, já leu algo do Kazuo Ishiguro? Já ouviu falar? Comenta aí!

Você também poderá gostar de

2 comentários

  1. Oie!
    Nao conhecia o livro e tbm nao sabia que tinha o filme, vou procurar conehcer mais um pouquinho se eu nao conseguir ler o livro vou tentar ver o filme...
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi!
      Se não conseguir ler o livro, veja o filme, vale a pena!!!

      Bj

      Excluir

"Comento, logo existo."