Resenha - A sociedade literária e a torta de casca de batata

segunda-feira, abril 15, 2019


A sociedade literária e a torta de casca de batata é um romance lançado em 2008, após a morte da autora, Mary Ann. Sua sobrinha, Annie Barrows, foi quem acabou publicando o livro e assistindo o sucesso da grande obra de sua tia. Esse romance epistolar (em formato de cartas) é sobre uma escritora que está em busca de um tema para o seu novo livro, até que descobre o incrível grupo A sociedade literária e a torta de casca de batata.

Título: A sociedade literária e a torta de casca de batata
Autoras: Mary Ann Shaffer e Annie Barrows
Ano: 2009
Nº de páginas: 304
Editora: Rocco
Avaliação: ★★★★★ 
Sinopse: O título conta a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a jornalista para fazer uma consulta bibliográfica. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o próximo livro da escritora britânica.


Certo dia, Juliet recebe uma carte de Dawsey Adams, um morador da ilha de Guernsey que encontra um livro que pertenceu a ela, e que continha o endereço antigo de Juliet. Ambos começam a trocar cartas incessantemente, até que Dawsey conta a ela sobre A sociedade literária e a torta de casca de batata. 

"É isto que amo na leitura: uma pequena coisa o interessa num livro, e essa pequena coisa o leva a outro livro, e um pedacinho que você lê nele o leva a um terceiro. Isso vai em progressão geométrica - sem nenhuma finalidade em vista, e unicamente por prazer." (p. 20)

A história de como a sociedade se formou é bastante interessante. Durante a Segunda Guerra, a ilha Ghernsey estava tomada de soldados e tinha um toque de recolher. Alguns amigos estavam fora de casa no horário proibido e, quando foram surpreendidos pelos soldados, um deles disse que eles estavam em uma sociedade literária que eles organizaram, acabaram perdendo a noção do tempo e, por isso, tiveram de desrespeitar o toque de recolher. Naquele momento, a sociedade sequer existia de verdade, mas depois, os soldados apoiaram a ideia e, para sustentar a mentira, eles tiveram de criá-la realmente.


"(...) Os homens são mais interessantes em livros do que na vida real. (...) Ler bons livros não permite que você goste de livros ruins." (p. 64)

Alguns membros, como Dawsey, não gostavam de leitura antes de entrar para o grupo. A torta de casca de batata foi uma invenção para trazer alguma comida para os encontros, mas por conta da escassez de comida, a torta era feita somente com purê de batata e casca de batata, já que não havia farinha e mais nada para incrementá-la. 

"(...) você não pode dar ao outro o que não possui: amor, bondade, respeito!" (p. 266)

Juliet sente-se tentadíssima a ir visitar essas pessoas que formavam a sociedade literária e recolher seus relatos, assim ela poderia escrever um livro sobre eles. Entretanto, ela se vê um tanto quanto confusa, pois quando conhece Dawsey pessoalmente, ela não sabe mais se quer se casar com Mark, um homem com quem ela namorava antes de ir para Ghernsey. Além disso, ela também conhece e se apega a Kitt, uma garotinha de 4 anos que perdeu a mãe durante a guerra. 

Achei o romance bastante leve e divertido de ler. As personagens e o enredo são cativantes, o pano de fundo histórico da guerra é muito interessante e, se eu tivesse a oportunidade, também adoraria entrar para a sociedade literária (haha). Se puder, leia e assista ao filme (está disponível na Netflix), são ambos maravilhosos e vale muito a pena conhecer a história.

"Espero, também, que meu livro possa ilustrar minha crença de que o amor pela arte - seja poesia, prosa, pintura, escultura ou música - permite que as pessoas ultrapassem qualquer barreira inventada pelo homem." (p. 302, Mary Ann Shaffer, Dezembro de 2007)

E você, já leu o livro? Assistiu ao filme? Já tinha ouvido falar? Comenta aí!

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