Resenha - Existo, Existo, Existo

segunda-feira, abril 29, 2019


Existo, Existo, Existo é um romance autobiográfico de Maggie O'Farrell, e foi lançado no Brasil pela TAG Inéditos, em 2018. Na obra, O'Farrell compartilha com os leitores os seus dezessete tropeços na morte, ou seja, sobre as dezessete vezes em que ela quase morreu ou esteve cercada pela morte.

Título: Existo, Existo, Existo
Autora: Maggie O'Farrell
Ano: 2018
Nº de páginas: 256
Editora: TAG Inéditos
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Nunca estamos mais perto da vida do que quando nos confrontamos com a possibilidade da morte.
Existo, existo, existo é o livro de memórias surpreendente de Maggie O'Farrell sobre as experiências de quase morte que pontuaram e definiram sua vida. A doença da infância que a deixou de cama por um ano, que ela não deveria sobreviver. Um desejo adolescente de escapar disso quase terminou em desastre. Um encontro com um homem perturbado em um caminho remoto. E, o mais aterrador de tudo, uma luta diária e contínua para proteger sua filha - para quem este livro foi escrito - de uma condição que a deixa inimaginável- mente vulnerável à miríade de perigos da vida.
Dezessete encontros discretos com Maggie em diferentes idades, em diferentes locais, revelam toda uma vida em uma série de instantâneos visuais e viscerais. Em prosa tensa que vibra com eletricidade e emoção contida, O'Farrell capta os perigos que correm logo abaixo da superfície e ilumina a preciosidade, a beleza e os mistérios da própria vida.


Maggie O'Farrell é uma verdadeira sortuda, pois tropeçou na morte dezessete vezes e, mesmo assim, sobreviveu e conseguiu contornar todas essas situações. Esses encontros com a morte envolvem uma onda gigante, um mar que não dá pé, um aborto espontâneo, um assassino que vem conversar com ela na floresta e, os mais tocantes: a encefalite que ela teve durante a infância e a anafilaxia grave de sua filha, que pode matá-la a qualquer momento.

Não há nada de único ou especial numa experiência de quase morte. Não são raras; todo mundo, eu arriscaria dizer, já passou por elas, uma vez ou outra, talvez sem nem mesmo perceber. Uma van que passa raspando, perto demais da sua bicicleta, o médico cansado que percebe que uma dose deve ser verificada uma última vez, o motorista que bebeu demais e foi relutantamente persuadido a abandonar as chaves do casso, o trem que você perdeu depois de dormir mesmo com o despertador tocando, o avião que não foi pego, o vírus que nunca foi inalado, o assaltante com quem nunca encontrou, o caminho que nunca tomou. Estamos, todos nós, vagando num estado de esquecimento, pegando emprestado nosso tempo, aproveitando nossos dias, escapando de nossos destinos, escapulindo por breças, desavisados de quando o machado pode cair.

O título da obra foi inspirado por um trecho do romance Redoma de Vidro, de Sylvia Plath: 

“Respirei fundo e escutei a velha fanfarronice do meu coração. Existo, existo, existo.” - Sylvia Plath

O livro foi escrito em homenagem à filha de Maggie O'Farrell, que possui uma doença sem cura, a anafilaxia, uma condição na qual o sistema imunológico dela é extremamente fraco, fazendo-a ser gravemente alérgica a uma série de coisas, podendo levá-la a morte por meio de paradas cardíacas e ataques anafiláticos. Para a autora, todo dia com sua filha é uma luta pela sobreviência, é um tropeço na morte.

É preciso esperar o inesperado, aceitá-lo. A melhor maneira, como estou prestes a descobrir, nem sempre é a maneira fácil.

A obra é dividida em 17 capítulos, e quase todos eles são entitulados como uma parte do corpo humano: Pescoço (1990), Pulmões (1988), Coluna, pernas, pélvis, abdômen, cabeça (1977), O Corpo Todo (1993), Pescoço (2002), Abdômen (2003), Bebê e corrente sanguínea (2005), Pulmões (2000), Sistema circulatório (1991), Cabeça (1975), Crânio (1998), Intestinos (1994), Corrente sanguínea (1997), Causa desconhecida (2003), Pulmões (2010), Cerebelo (1980), Filha (tempo presente).

O'Farrell compartilha suas memórias em uma narrativa em primeira pessoa que flui como a sua existência. O seu modo de ver o mundo é encantador e te fará abrir os olhos para a importância de existir, e lutar para existir todos os dias. Enfrentar as dificuldades foi o que ela fez todas as vezes em que encontrou a morte, se superando e, mesmo sem crença nenhuma, acredita ter sido protegida por anjos.

(...) Robert Frost disse: "A melhor saída é sempre através", e acredito que isso seja verdade, mas, ao mesmo tempo, se você não conseguir atravessar, sempre é possível dar a volta.

Se você gosta de autobiografias e de se inspirar entrando em contato com as experiências de outros, esse é o livro perfeito! Se você gosta de aprender com histórias comoventes de superação, esse é o livro perfeito e, por fim, se você gosta de um bom livro, com mensagens para moldar a mente e mudar sua perspectiva de mundo, esse é o livro perfeito!

E você, já leu ou ouviu falar de Existo, Existo, Existo? Gostaria de ler? Gosta de autobiografias? Comenta aí!

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