Resenha - O Sol é para todos

segunda-feira, abril 08, 2019


O Sol é Para Todos, romance de Harper Lee, foi eleito o melhor livro do século XX. Publicado em 1960, o livro se tornou um clássico moderno norte-americano. Narrado por uma garotinha, trata de preconceito racial e marcas da sociedade daquela época de um ponto de vista infantil e único.

Título: O Sol é para todos
Autora: Harper Lee
Ano: 2015
Nº de páginas: 349
Editora: José Olympio
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.
O Sol é Para Todos é narrado por Scout, uma garotinha e filha de Atticus, um advogado. Ela, o pai e o irmão mais velho, Jem (os Finch), vivem em uma fazenda no estado do Alabama. Durante boa parte do livro, nós acompanharemos apenas Scout, seus dias emblemáticos na escola, suas brincadeiras com Jem e Dill (amigo dos Finch) e o medo que eles tinham de Arthur Madley, um vizinho assustador que nunca saía de casa, e por isso eles o batizaram de "Boo Madley". 


Ter Scout como narradora torna a leitura muito mais especial, pois eu adoro personagens que nos fazem relembrar a infância e a inocência. Ela, em particular, é uma criança bastante bagunceira, mas é fantástica e sempre busca entender tudo o que acontece à sua volta. Atticus, seu pai, é um advogado extremamente honesto e, inclusive, trabalha defendendo negros no tribunal. Por conta disso, a crítica do livro se dá, justamente, acerca do preconceito racial nos Estados Unidos.

"- O que ele quis dizer com isso? - perguntei.
- Nada. Pergunte a Atticus, ele vai explicar - respondeu Jem.
- Você defende pretos, Atticus? - perguntei a ele naquela tarde.
- Claro que sim. Não diga preto, Scout. É grosseiro.
- Todo mundo na escola fala assim.
- A partir de agora, todo mundo menos você". (p. 100)

Na história, Atticus vai defender Tom Robinson, um negro acusado injustamente de ter estuprado uma garota. As cenas no tribunal são as mais intensas do livro, mostrando como a sociedade era preconceituosa e como o branco sempre dava um jeito de passar por cima do negro. Em outras palavras, a injustiça que existiu naquela época foi imperdoável. 

"(...) O tribunal é o único lugar onde as pessoas deveriam ser tratadas como iguais, não importa de qual cor do arco-íris elas sejam, mas as pessoas sempre acabam levando seus ressentimentos para o banco do júri. À medida que for crescendo, vai ver brancos enganando negros todos os dias, mas vou lhe dizer uma coisa e quero que nunca esqueça: sempre que um branco faz esse tipo de coisa com um negro, não importa quem ele seja, quanto dinheiro tenha ou quão distinta seja a família da qual ele vem, esse homem branco não vale nada". (p. 275)

O que torna esse livro um "clássico moderno", como muitos críticos chamam, é o fato de que, ainda hoje, o preconceito racial existe... e muito. Todos os dias, negros são acusados injustamente de crimes que não cometeram, somente porque são negros. Todos os dias, quando negros entram em lojas, os seguranças ficam à postos, achando que, por conta da cor da pele, eles vão roubar algo. Assim como naquela época, essas atitudes da sociedade ainda se repetem. Por quanto tempo isso ainda vai durar?

Esse livro é incrível e deveria ser lido e discutido nas escolas, pois a escrita é tão simples e "infantil", que não restam desculpas para não lê-lo!

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