Resenha - O Menino do Dedo Verde

quinta-feira, janeiro 07, 2021


 O Menino do Dedo Verde foi escrito em 1957, pelo autor francês, Maurice Druon. Esse livro infanto-juvenil é um dos mais encantadores que eu já li e posso tranquilamente compará-lo à Pequeno Príncipe e Meu Pé de Laranja Lima, dois livros com protagonistas infantis que ganharam meu coração. Conheça mais:

Título: O Menino do Dedo Verde
Autor: Maurice Druon
Ano: 2014
Nº de páginas: 112 
Editora: José Olympio (Lido no Kindle)
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Era uma vez Tistu... Um menino diferente de todo mundo. Com uma vidinha inteiramente sua, o pequeno de olhos azuis e cabelos loiros deixava impressões digitais que suscitavam o reverdecimento e a alegria. As proezas de seu dedo verde eram originais e um segredo entre ele e o velho jardineiro, Bigode, para quem seu polegar era invisível e seu talento, oculto, um dom do céu. Até o final surpreendente e singelo. "O Menino do Dedo Verde", de Maurice Druon, tornou-se um clássico da literatura para crianças e jovens em todo o mundo e permanece atual há três décadas, sendo adotado em escolas do Ensino Fundamental todos os anos. Esta fábula trata de questões relacionadas com os conceitos de convívio social, ética e cidadania; e foi pioneira ao abordar o tema ecologia.

Essa foi a leitura de segunda-feira do meu Projeto de Leitura - 7 Livros em 7 Dias e minha primeira escolha não poderia ter sido melhor!

Tistu é um garotinho filho de pais ricos. Ele os chama de Sr. Papai e Dona Mamãe. A família dele vive em Mirapólvora, uma cidade conhecida pelas chaminés da fábrica de canhões de seu pai. Tistu é uma criança bastante curiosa em relação ao mundo e seu funcionamento, mas quando vai à escola, não consegue ficar acordado. Logo, os pais o encaminham para professores particulares, a começar por Bigode, o jardineiro. Bigode pede que Tistu faça um buraco na terra dos vasos de planta com o polegar e plante as sementes. Tistu mal faz isso e as plantas já estão enormes e lindas. Bigode descobre então que Tistu tem o polegar verde (não pode ser visto), com poderes, um talento oculto.

O menino logo conhece o Sr. Trovões, um professor mais mal humorado que o leva para ver as mazelas da sociedade. Primeiro, leva o menino para conhecer a prisão, e logo Tistu passa o polegar por tudo e transforma a cadeia com flores incríveis. O mesmo acontece na favela, no meio da miséria injusta, no hospital, com as crianças doentes e infelizes, no zoológico, com os animais solitários e na guerra. Esse poder de transformação de Tistu tem um grande efeito em todos os lugares, fazendo as pessoas reagirem de modo positivo.

O final do livro é lindo e eu fiquei apaixonada pelo Tistu, um personagem envolvente e que sabe muito mais do que "as pessoas grandes". Seguem aqui algumas das citações incríveis que selecionei durante a leitura:

"Isto prova simplesmente que as ideias pré-fabricadas são ideias mal fabricadas, e que as pessoas grandes não sabem mesmo o nosso nome, como também não sabem, por mais que o pretendam, de onde foi que viemos, por que estamos aqui e o que devemos fazer neste mundo."

"Mirapólvora, à primeira vista, era uma cidade como as outras: igreja, cadeia, quartel, mercado, boutique. Mas essa cidade como as outras era conhecida no mundo inteiro. Porque era em Mirapólvora que o Sr. Papai fabricava canhões de todos os calibres, grandes ou pequenos, muito procurados. Canhões de bolso ou com rodas; para trens, aviões, tanques ou barcos; para atirar por cima das nuvens ou dentro d'água."

"Enquanto Tistu prosseguia o trabalho com afinco, Bigode dava lentamente uma volta pelo jardim. E Tistu descobriu aquele dia por que é que o velho jardineiro falava tão pouco com as pessoas: ele conversava com as flores."

"O polegar verde é invisível. A coisa se passa por dentro da pele: é o que se chama um talento oculto. Só um especialista é que descobre. Ora, eu sou um especialista. Garanto que você tem polegar verde."

"É preciso vigiar de perto este menino; ele pensa demais!"

"As pessoas grandes têm a mania de querer, a qualquer preço, explicar o inexplicável. Ficam irritadas com tudo que as surpreende. E, logo que acontece no mundo algo de novo, obstinam-se em querer provar que essa coisa nova se parece com outra que já aconteceram há muito tempo."

"Mas cansa guardar um segredo. Quando a gente está feliz, sente vontade de dizê-lo e até mesmo de grilá-lo."

"De acordo com o seu discurso, a miséria devia ser uma horrível galinha negra, de olhos ferozes, bico adunco, de asas tão grandes quanto o mundo, chocando continuamente horrendos pintinhos. O Sr. Trovões os conhecia todos pelo nome: havia o pinto-roubo, que se apoderava das carteiras dos transeuntes e assaltava os bancos; o pinto-embriaguez, que tomava um aperitivo atrás do outro e acabava caído na sarjeta; o pinto-vício, sempre à espreita de qualquer coisa desonesta; o pinto-crime, sempre de revólver na mão; o pinto-revolução, sem dúvida o pior de todos..."

"— Mas, em todo caso, você não se sente infeliz? — Para a gente saber se é infeliz, é preciso primeiro ter sido feliz. Eu já nasci doente."

"Aliás é sempre perigoso zangar-se com aquilo que não se compreende."

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