Resenha - O mundo se despedaça

segunda-feira, janeiro 04, 2021

O Mundo Se Despedaça, romance de estreia de Chinua Achebe, foi publicado pela primeira vez em 1958, apenas dois anos antes da independência da Nigéria. O romance conta a história de Okonkwo, um guerreiro Igbo.

Título: O Mundo Se Despedaça

Autor: Chinua Achebe

Nº de páginas: 240

Ano: 2019

Editora: TAG Experiências Literárias

Avaliação: ★★★★

Sinopse: Um dos livros mais importantes da literatura africana do século XX, O mundo se despedaça conta a história do guerreiro Okonkwo, da etnia ibo, estabelecida no sudeste da Nigéria. Okonkwo, um dos principais opositores dos missionários brancos, precisa encarar a desintegração da vida tribal e de tudo o que conhecia até então.

Publicado originalmente em 1958, dois anos antes da independência da Nigéria, o romance de estreia de Chinua Achebe foi traduzido para mais de quarenta idiomas e consolidou o autor como um dos mais notáveis de sua geração.


Ler O Mundo Se Despedaça, logo depois de ler As Alegrias da Maternidade, foi uma experiência muito engrandecedora para mim! Principalmente porque As Alegrias da Maternidade já mostrou muito sobre os Igbos do sudeste da Nigéria e sobre os seus costumes. Entretanto, O Mundo Se Despedaça somou muito em todo esse conhecimento novo que eu estava adquirindo sobre essa parte da África e seu povo. Nesse livro, nós acompanhamos de perto uma tribo Igbo e todos os seus costumes.

Nessa obra, pode-se observar de perto como os alguns homens tratavam as mulheres, como era as mulheres se sentiam em relação ao casamento e a ter filhos, como é a relação deles com a religião, o modo como agradecem e temem aos deuses, como guerreiam, o que plantam, o que comem. É um livro de muita informação cultural, algo que achei extremamente interessante.

Okonkwo é o personagem principal da história. Ele maltrata suas esposas e nunca gostou de nenhum de seus filhos, com exceção de uma garotinha que conseguiu sobreviver mais do que o esperado. Desde o início da história, é possível perceber que o protagonista tem um temperamento difícil e uma personalidade forte.

Certo dia, chegam os brancos missionários na aldeia dele. Eles começam a falar da religião cristã, e que os deuses africanos não existem e que todos esses costumes estão errados. À princípio, todos ficam meio desconfiados, mas aos poucos, alguns dos moradores da aldeia vão cedendo e começam a acreditar nos brancos. Esses missionários constroem até uma igreja e se estabelecem na aldeia para ensinar a religião aos negros. Não demora muito até que Okonkwo se revolte e queira formar um pequeno exército para expulsar os brancos de lá. 

Algo que achei muito interessante, é que eles mencionam demais o inhame. Tanto nesse romance, quanto em As Alegrias da Maternidade, o inhame é apresentado como a base da alimentação dos Igbos. Em O Mundo Se Despedaça, toda a aldeia é voltada para o cultivo do inhame e consomem o inhame de todo jeito: em sopas, cozidos, em forma de pasta, de mingau, de purê... Confesso que fiquei com muita vontade de experimentar inhame!

Apesar de parecer simples, esse romance apresenta um conteúdo muito rico e, muitas vezes, até pesado. Vários costumes são bem chocantes, mas envolventes para quem gosta de aprender sobre culturas diferenciadas. Recomendo bastante a leitura, que permite uma rápida viagem a uma aldeia nigeriana e que mostra a revolta do negro contra o branco e o modo como o branco tentou dominar pouco a pouco as terras que já tinham donos.

E você, se interessa por leitura africana / nigeriana? Gostaria de ler esse livro? Comenta aí!

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