Escrever significa encontrar-me na metade do caminho entre o “eu” e algo muito maior e inexplicável. Uma pulsão que me deixa sem forças quando termino de deixa-la no comando, mas que também me proporciona alívio e propósito sem tamanho. A escrita me permite entrar em contato com outros que eu não conseguiria ter de nenhuma outra forma. Também me ensina que há um trabalho em que posso encontrar prazer, e que sempre haverá tempo para me comprometer com algo que me importo e me faz bem. Somente a escrita me permite sentir emoções complexas como “escrever uma linha que poderia ser uma citação de Instagram”, ou “um parágrafo tão perfeito que não mudaria nada nele”. Como a água é sine qua non ao corpo, para minha pessoa, ficar sem escrever é como me privar de algo essencial a minha alma.